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Artigo – Aprendendo com sucatas

Por Gilssara Niederle de Souza

Materiais que são descartados na natureza, podem ser utilizados como instrumentos para o processo de construção da aprendizagem.

“De acordo com a teoria de Lev Vygotsky, o meio social e cultural exerce uma influência significativa no desenvolvimento cognitivo e na aprendizagem. Vygotsky defendia que o desenvolvimento ocorre de fora para dentro, através da internalização das interações sociais e da cultura.”

Defendendo a linha desse pensador, acreditamos que o meio social é um grande influenciador para aquisição do conhecimento, entre eles, a escola, onde os estudantes devem receber a base da educação ambiental. Através de práticas de coleta seletiva, reciclando e aprendendo de forma lúdica.

Desta forma, pensamos em utilizar os materiais descartados em casa, na escola como materiais pedagógicos, pois além de coletarem os resíduos, podem constatar na prática o quanto prejudicamos nosso meio ambiente. Também vivenciam a utilidade das sucatas de forma diferenciada em sala de aula.

Vygotsky nos passa essa internalização do indivíduo em seu processo de aprendizagem. Acreditamos que no momento que as crianças estão construindo seus brinquedos, estão vivenciando sua importância em transformar objetos que iriam para o lixo, em objetos que auxiliarão em seu conhecimento.

Utilizamos muitos rolos internos do papel higiênico para trabalharmos com a matemática, criando a base 10, onde vivenciaram a unidade, dezena e centena, indo para classes mais adiantadas, pois conseguiram perceber que a cada 10, deveriam mudar sua ordem, o que facilitou muito o trabalho docente .Manuseando e trabalhando com materiais que eles próprios fizeram, adquiriram a formalização da numeração, sequenciação.

Além disso, foram trabalhados pré -requisitos básicos para o letramento, como equilíbrio, direção, lateralidade e esquema corporal. Utilizamos para isso, as sucatas para confeccionar nossas “boca de sapo”, onde jogam uma bolinha dentro da boca. Trabalhamos direção, equilíbrio, motricidades finas e amplas. Utilizamos garrafas pet para fazermos nosso”robô”, vivenciando todo o esquema corporal e na brincadeira, a lateralidade. Além de muitas tampas para contagem, formação de palavras e frases.

Concluímos com essas práticas pedagógicas quão válido é esse trabalho com materiais descartados, pois são objetos usados em casa, que podem ser reaproveitados na escola e transformados em conhecimento elaborado.