Por Elieser Da Rosa Farias
Introdução
O presente trabalho resulta-se por meio de referenciais na educação infantil, onde é uma das etapas mais importantes que é a educação infantil, fase esta que é preciso organizar um ambiente apropriado e acolhedor que o educador possa transmitir ao educando afeto e cuidado ao mesmo tempo em que está ensinando.
A afetividade na educação infantil não pode estar desligada da aprendizagem elas devem andar juntas, é necessária para a formação de pessoas felizes para conviver com o mundo que o cerca. Na educação infantil é relevante e imprescindível e segundo a politica nacional de educação infantil 2006, em creches ou entidades equivalentes “[…] em creches ou entidades equivalentes (crianças de 0 a 3 anos) e em pré-escolas (crianças de 4 a 6 anos)”. Sendo uma importante etapa inicial da Educação Básica que é integrante do sistema de ensino, pois tem como principal objetivo estabelecer bases para a personalidade humana, inteligência, vida emocionais e sociais da criança.
Segundo ainda as ideias de Wallon (1954, p. 42). “A afetividade seria a primeira forma de interação, com o meio ambiente e a motivação primeira do movimento […]. As emoções são, também, a base do desenvolvimento do terceiro campo funcional, as inteligências”. Wallon fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.
Nesse sentido é preciso que o docente ao interagir com o educando seja afetivo buscando entender ele, pois muitas vezes não sabemos o porque o aluno não aprende, mas com certeza se o docente for afetivo poderá ajudar seu aluno.
Optei por este tema, devido à importância que representa a afetividade no desenvolvimento das crianças. Saliento a importância da afetividade e a aprendizagem são como um casamento devem andarem juntas, deste modo o aluno se desenvolve de forma mais gratificante, é imprescindível que o educador seja amigo do seu aluno e onde ele se sinta acolhido e protegido, o docente deve ser paciente para seu aluno ter mais interesse em aprender.
A aprendizagem do educando baseia-se na motivação que o docente passa para ele, a relação dos laços de afeto que o professor tem com o seu aluno diz tudo sobre a sua aprendizagem e os laços de afetividade dão- se em todo lugar, no pátio da escola, na sala de aula e principalmente os professores de educação infantil precisam ser afetivos pois essa é uma das etapas que requer mais afetividade e cuidado. As crianças hoje em dia percebem quando seu professor gosta dele e faz tornar a aula mais prazerosa, é preciso todos falarem a mesma língua e todos serem afetivos com os pequenos, pois muitas vezes em casa os pais não são afetivos e demonstram através da agressividade com os coleguinhas com seus professores e isso que me deixa inquieta principalmente na educação infantil muitas crianças são agressivas bravas e inquietas e que no fundo os seus desenho demonstram que o esta faltando é a afetividade dos pais dos familiares que convivem ao seu redor, e com certeza afeta muito na aprendizagem no emocional da criança fica abalado e faz com que ela trave na sua aprendizagem.
A afetividade é necessária faz as pessoas mais felizes sendo capaz de conviver com os conflitos do mundo que o cercam, neste sentido a afetividade e a aprendizagem precisam desenvolver no educando um ser humano com princípios e que na sua juventude tenham ética e para desenvolver o conhecimento do aprender que assim vão construindo relações com entre o sujeito e o meio que os cercam, a base é na educação infantil, quando estão com alguns meses de vida ainda e vão crescendo e tendo esses laço afetivos sentem-se seguros com seus professores até mesmo quando iniciam na escola na fase da adaptação se os professores forem afetivos a criança ficará com muito mais facilidade e terá o professor como alguém que o acolhe, cuida e protege.
E quando se fala em educação infantil surge a seguinte questão: Como a afetividade possibilita a aprendizagem na educação infantil?
A afetividade é a ferramenta mais poderosa que o docente pode usar para o seu educando obter uma aprendizagem mais significativa, o educando quando sentir que o seu docente for afetivo ele irá se sentir melhor e irá aprender, pois se o docente for sensível a emoções dos docentes sabendo lidar com todas as situações, e além disso devem saber lidar situações que muitas delas exigem paciência e flexibilidade e muita criatividade.
De acordo com as ideias de Chalita,
O Educador de Educação Infantil deve ter:
[…] luz própria e caminhar com pés próprios. Não é possível que ele pregue a autonomia sem ser autônomo; que fale de Liberdade sem experimentar a conquista da independência que é saber, que ele queira que seu aluno seja feliz, sem demonstrar, afeto. E para que possa transmitir afeto é preciso que sinta afeto, que viva o afeto. Ninguém dá o que não tem. (CHALITA, 2004)
É preciso que o docente experimente, e viva o afeto, para só assim conseguir realizar um bom trabalho com os educandos, pois se não houver essa troca não aprendizagem.
Busca-se através deste artigo Identificar e analisar a afetividade como possiblidade de aprendizagem na educação infantil.
A metodologia tanto pode ser entendido como estudo dos métodos ou como um determinado procedimento para se executar algo, como uma pesquisa.
Para Fonseca methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa, investigação, ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa cientifica.
A metodologia é uma parte complexa e deve requerer certo cuidado do pesquisador. A presente pesquisa será bibliográfica, fundamentada em diferentes autores que abordam a temática. Serão feiras leituras, apontamentos e organização de ideias que resultarão na produção de um artigo científico.
Revisão Bibliográfica
Contextualizando a educação infantil
Para , os primeiros dias do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de comportamento social, e sendo dirigidas a objetivos definidos, são retratadas através do prisma do ambiente da criança.
O ambiente escolar, precisa ser um lugar prazeroso, em que a criança goste de frequentar, e que seja um espaço do aprender e do conviver, por tanto aprender conhecimento específicos, valores, cultura. Na escola a criança aprende a socializar com as demais, formando-se seus conceitos sobre o mundo e sobre a sociedade.
No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei nº 8.069, Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. A criança tem todo o direito de ser criança, de brincar, se movimentar, explorar o mundo.
Para Vygostsky (2003, p.75)
A rigor, do ponto de vista científico, não se pode educar a outrem [diretamente]. Não é possível exercer uma influência direta e produzir mudanças em um organismo alheio, só é possível educar a si mesmo, isto é, modificar as reações inatas através da própria experiência.
O aluno só aprende se está disposto a aprender, o professor só consegue transmitir o seu conhecimento se está disposto inteiramente naquilo que faz e vice e versa, acredito que o professor é o mediador do conhecimento, mas que existe uma troca de conhecimento entre o aluno, pois todos nós temos conhecimento prévio.
A afetividade e a relação e as experiências vividas com os indivíduos, também assim nos diferentes espaços como escola, família, e também na sociedade que são fundamentais para o desenvolvimento integral da criança para assim desenvolverem competências e habilidades na educação infantil.
Segundo Wallon( 1995)
É inevitável que as influências afetivas que rodeiam as crianças, desde o berço até a sua evolução mental em uma determinante, o que reforça mais uma vez que a aprendizagem tem ligação intima com a afetividade.
Ainda segundo ele o choro de um bebê recém-nascido, mesmo que seja de fome, é carregado de valor afetivo, pois além de ser expressão de uma necessidade básica, no caso, alimentar, pode ser também emocional.
É muito importante salientar que toda expressão com os pequenos estamos demonstrando afeto, eles sentem quando os educadores tem um vinculo de amor e afeto e como pode influenciar no desenvolvimento deles, seus agrados e desagrados. Ainda
Segundo Vygotsky (2003, Pag. 110).
O homem se produz pela linguagem, isto é, é na interação com outros sujeitos que formas de pensar são construídas por meio da apropriação do saber da comunidade em que está inserido o sujeito. A relação entre homem e mundo é uma relação mediada, na qual, entre o homem e o mundo existem elementos que auxiliam a atividade humana. Estes elementos de mediação são os signos e os instrumentos. O trabalho humano, que une a natureza ao homem e cria, então, a cultura e a história do homem, desenvolve a atividade coletiva, as relações sociais e a utilização de instrumentos. Os instrumentos são utilizados pelo trabalhador, ampliando as possibilidades de transformar a natureza, sendo assim, um objeto social.
A partir das relações que os indivíduos se interagem e é nessa mediação que acontece a aprendizagem aquela que transforma o individuo em que possam interagir com outras pessoas seus colegas em um espaço que possa desenvolver-se, com certeza a escola é o eixo principal podendo assim proporcionar aos educandos uma aprendizagem que haja afetividade e amor pelo que se ensino.
Afetividade e aprendizagem na educação infantil
Na educação infantil a afetividade pode contribuir muito para o desenvolvimento da criança. A afetividade não se manifesta apenas em gestos de carinho físico, mas também em uma preparação para o desenvolvimento do educando, pois é fundamental na relação das pessoas que estão em contato direto nas diversas fases do desenvolvimento infantil da criança. A afetividade faz com que se desenvolva um sujeito crítico, autônomo, e responsável. Ela deve permear em todos os momentos do desenvolvimento da vida da criança, em qualquer lugar ou momento que ela esteja, ela se desenvolve como ser humano através de suas experiências vividas, a afetividade deve estar presente em todos os momentos.
Sendo assim Piaget e Vygotsky
Definem afirmam que a aprendizagem se dá paralela aos Aspectos afetivos, de maneira que a afetividade será determinante para a construção da aprendizagem, e os pais, professores e a escola devem entender que possuem um papel importante nesse processo, que é colaborar para a formação de um ser humano, e isso somente acontecerá pela obra do amor, do afeto, que se torna a chave para educação.
Os principais agentes da educação são os professores e eles que podem transformar a aprendizagem do aluno através da afetividade, mas não estamos falando só de carinho, beijo e abraço e sim de saber a realidade do aluno e poder ajudar a transformar ele em um ser humano melhor que possa transmitir o que foi lhe ensinado através da afetividade, muitos educandos não sabem o que é afetividade pois não recebem em casa e muitas vezes na escola também não tornam-se carentes e certamente pode afetar na sua aprendizagem.
Na teoria de Jean Piaget
O desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: o cognitivo e o afetivo, ou seja, paralelo, ao desenvolvimento cognitivo está o desenvolvimento afetivo. “[…] os aspectos cognitivos e afetivos são inseparáveis e irredutíveis”.
[…]”.
A afetividade é um elemento cultural que faz com que tenha peculiaridades de acordo com cada cultura. Elemento importante em todas as etapas da vida da pessoa, a afetividade tem relevância fundamental no processo ensino aprendizagem no que diz respeito à motivação, avaliação e relação-professor e aluno.
A relação professor e aluno na afetividade são de extrema relevância e faz-se fundamental no processo e no desenvolvimento cognitivo do aluno, pois são inseparáveis é um elo que liga entre os dois, e quando se fala em afetividade na educação infantil nos remete a sermos humildes com nossos alunos respeitando as possibilidades e aprendizagens de cada um.
Considerações finais
É de grande relevância falar em educação infantil, pois no futuro quando lembrarmos que passamos pela educação infantil que tenhamos uma boa lembrança de como foi esta fase da vida e a afetividade deve estar presente na vida toda do ser humano, pois toda e qualquer aprendizagem deve estra ligada a afetividade. A família juntamente com o docente deve ajudar nesse processo de formação humana e integral da criança, e isso só acontecerá se todos juntos tiverem afeto e amor principalmente nesta etapa de vida deles.
Segundo a LDB 9394/96, no artigo 29,
Preconiza-se que: a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da Comunidade.
A educação infantil é uma das etapas mais importantes para o desenvolvimento da criança, cabe a todos, pais, escola, ajudar de forma afetiva que o educando possa se sentir a vontade para expressar-se e progredir.
Segundo Piaget (1996)
Nenhum conhecimento, mesmo que puramente através da percepção, não é simples cópia do real ou se encontra totalmente determinado pela mente do indivíduo. É o produto de uma interação entre o sujeito e o objeto, é a interação provocada pelas atitudes espontâneas do organismo e pelos estímulos externos. E esse conhecimento é, portanto, aprendizagem, fruto de uma relação que nunca tem um sentido só, é o resultado dessa interação. E a afetividade é a energia que move as ações humanas, sem ela não há interesse e não há motivação para a aprendizagem. (PIAGET, 1196)
É através das ações humanas que as relações se tornam flexíveis e que os educandos se interessam por algo que os motivam, uma aprendizagem que haja interação mutua que possam ser provocados e instigados, o educando só aprende quando o educador esta disposto a ensinar.
Segundo Wallon (1995)
O papel do professor é de mediador do conhecimento. Queira ou não, ele é um modelo na sua forma de expressar valores, resolver conflitos, comunicar-se; na forma de ouvir, falar e de relacionar-se com os outros professores e com os alunos. E a forma como o professor se relaciona com o aluno se reflete nas relações do aluno com o conhecimento e na relação aluno-aluno. Nessa relação há um antagonismo entre emoção e atividade intelectual que Wallon chama de antagonismo de bloqueio, ele também diz que quando não são satisfeitas as necessidades afetivas, estas resultam em barreiras para o processo ensino-aprendizagem e, portanto, para o desenvolvimento, tanto do aluno como do professor e que esses conflitos são essenciais ao desenvolvimento da personalidade.·. (WALLON, 1195)
A forma de como o professor se relaciona com o seu aluno é, portanto o resultado de como ele irá assimilar a aprendizagem, a relação entre a afetividade e a aprendizagem influi muito no ensino de qualidade. O docente é o eixo no aprendizado, para que o desenvolvimento da criança na escola seja efetivo. O amor e o afeto são as principais hierarquias para uma boa aprendizagem, e os educadores precisam estar atentos para que o fator afetivo entre o educador e o educando seja primordial para que o sujeito envolva valores e o caráter para o desenvolvimento integral da criança. os educadores devem se preocupar com a participação e a formação para que os educandos sejam críticos, solidários, atuantes, criativas e felizes, onde tenham vínculos afetivos e possam promover pontos positivos no processo de aprendizagem e socialização e socialização do educando.
É muito importante que haja uma relação com a aprendizagem, de forma que seja marcado por um envolvimento, tanto do professor, quanto do aluno. E neste envolvimento, ambos estão sendo, à sua maneira, inseridos no processo ensino/aprendizagem, e experimentando o prazer das apropriações e da construção do conhecimento que será pertinente na vida toda.
Bibliografia
BRASIL, Estatuto da criança e do Adolescente. Lei nº 8069 de Julho de 1996.
CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto – São Paulo: Editora Gente, 2004 (edição revista e atualizada).
FONSECA, João José Saraiva. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC,2002.
FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Saraiva, 2002.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
LÜCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis/RS: Vozes, 2006. (Série Cadernos de Gestão). V. II.
LEI nº. 9.394/96 – Das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Dezembro de 1996 (Artigos. 22 e 29).
PIAGET, J. A construção do real na criança. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.__________. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
WALLOW, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições, 1995