Por Linda Gabrieli da Silva Limeira
1 INTRODUÇÃO
É no exercício da docência que o professor volta sua atenção para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, reconhecendo-os como sujeitos ativos no processo de aprendizagem, capazes de elaborar hipóteses e de se engajar, de forma crescente, na busca pelo conhecimento. No contexto da relação pedagógica entre docente e discente, observa-se que muitos estudantes apresentam dificuldades na matemática e que mostram não gostar desta disciplina, e muitas vezes é porque os educadores ainda adotam práticas tradicionais de ensino, caracterizadas pela disposição dos alunos em fileiras, pela utilização mecânica do livro didático e pela reprodução fiel de seu conteúdo, sem a devida preocupação com a efetiva assimilação dos saberes por parte dos estudantes. Em contrapartida, os alunos, frequentemente desmotivados por metodologias que não dialogam com suas necessidades e realidades, tendem a desenvolver um sentimento de desinteresse por esta disciplina, o que pode resultar em evasão escolar e na falta de comprometimento com a atividade de estudar, essencial para sua formação.
Ao considerar o papel do professor como formador de sujeitos integrais, e não apenas como transmissor de informações, torna-se indispensável a reflexão contínua sobre a prática docente. Essa reflexão evidencia a importância de o educador fundamentar suas aulas na curiosidade natural dos alunos, buscando promover o desenvolvimento discente por meio de metodologias inovadoras, atrativas e capazes de despertar o interesse pelo conteúdo abordado. Sob essa perspectiva, a utilização de estratégias pedagógicas diferenciadas não apenas contribui para a construção de aprendizagens mais significativas, como também permite, por meio da observação atenta dos educandos, a identificação de suas dificuldades e estilos de aprendizagem. Ademais, tal abordagem favorece o engajamento dos alunos durante as atividades propostas e, assegura-lhes uma experiência educativa mais eficaz, prazerosa e condizente com suas necessidades individuais.
Por este motivo, surgiu o questionamento referente à importância do uso de jogos e metodologias ativas nas aulas de matemática como forma de auxiliar e incentivar o aluno no aprendizado, além de trazer ainda o auxílio aos alunos que possuem dificuldades na área da matemática e com isso tornar o ensino mais dinâmico e prazeroso, trazendo o aluno para sala de aula e estimulando-o a buscar seu próprio conhecimento, conhecendo os diversos meios para buscar aprendizagens significativas. Neste sentido, trazendo o enfoque para o ensino da matemática, acreditamos que ele desempenha um papel fundamental na formação intelectual e no desenvolvimento do raciocínio lógico dos estudantes. Mais do que operar números, essa disciplina possibilita a construção de habilidades essenciais para a resolução de problemas, a tomada de decisões e a compreensão do mundo ao redor. Para ser eficaz, o ensino da Matemática deve ir além da simples memorização de fórmulas, valorizando a contextualização dos conteúdos e a aplicação prática no cotidiano dos alunos. Dessa maneira, a Matemática deixa de ser temida e passa a ser compreendida como uma ferramenta de empoderamento e autonomia.
O estudo tem por objetivo compreender à importância do uso de jogos e metodologias ativas nas aulas de matemática como forma de auxiliar e incentivar o aluno no aprendizado. De modo complementar tem por objetivos específicos (a) analisar o ensino da Matemática, considerando suas implicações no ambiente escolar e nas interações sociais dos estudantes; (b) descrever de que forma a utilização de jogos como recurso didático no ensino da Matemática, em conjunto com metodologias ativas, pode favorecer o desenvolvimento cognitivo dos alunos, tornando-se uma ferramenta eficaz tanto para o trabalho do professor em sala de aula quanto para a aprendizagem significativa dos educandos.
Este trabalho acadêmico apresenta significativa relevância tanto para a comunidade científica quanto para o contexto educacional, ao propor uma análise crítica sobre o ensino da Matemática e suas implicações no ambiente escolar e nas relações sociais estabelecidas entre os estudantes. Em um cenário onde ainda predomina a prática do ensino tradicional, refletir sobre novas metodologias se mostra essencial para a construção de um processo de aprendizagem mais eficaz e inclusivo. A utilização de jogos como recurso didático surge como uma alternativa inovadora, capaz de tornar o ensino da Matemática mais dinâmico, atrativo e contextualizado. Ao incorporar elementos lúdicos no cotidiano escolar, amplia-se a possibilidade de engajamento dos alunos, promovendo não apenas o desenvolvimento de competências cognitivas, como também habilidades socioemocionais, cooperação e autonomia. Além disso, os jogos possibilitam ao professor identificar as dificuldades e potencialidades dos educandos por meio da observação atenta, permitindo intervenções pedagógicas mais adequadas. Essa abordagem contribui diretamente para a formação de sujeitos críticos e participativos, fortalecendo o papel da escola como espaço de construção do conhecimento. Assim, este estudo visa colaborar com a produção científica na área da Educação, estimulando novas práticas que respondam às demandas contemporâneas do ensino e da aprendizagem.
A natureza dessa pesquisa é de cunho bibliográfico. Segundo Gil (2002) a pesquisa bibliográfica é caracterizada por ser um procedimento técnico e por utilizar exclusivamente publicações para o estudo, especialmente livros e periódicos. A escolha dos textos diz respeito ao problema de investigação proposto. Este processo de pesquisa se desencadeou por meio de leituras e sua devida interpretação para o conhecimento do assunto e o posterior desenvolvimento da temática. Assim, ao selecionar referências e dar a elas um novo corpo, ou seja, ajustá-las de acordo com a temática escolhida, significa que já se estará desenvolvendo uma ação de pensamento próprio e enriquecendo a experiência pedagógica.
O artigo apresenta-se em três partes. A primeira discute sobre o ensino da Matemática, considerando suas implicações no ambiente escolar e nas interações sociais dos estudantes. Na segunda parte, trata-se sobre a utilização de jogos como recurso didático no ensino da Matemática, em conjunto com metodologias ativas, pode favorecer o desenvolvimento cognitivo dos alunos, tornando-se uma ferramenta eficaz tanto para o trabalho do professor em sala de aula quanto para a aprendizagem significativa dos educandos. Para então, manifestar considerações acerca da investigação realizada, enfatizando a colaboração para área da educação, seguida das referências utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 O ENSINO DA MATEMÁTICA, CONSIDERANDO SUAS IMPLICAÇÕES NO AMBIENTE ESCOLAR E NAS INTERAÇÕES SOCIAIS DOS ESTUDANTES
A análise crítica do ensino da Matemática é uma questão fundamental no contexto educacional atual, pois permite repensar práticas pedagógicas que ainda estão profundamente enraizadas em métodos tradicionais de ensino. Tradicionalmente, a Matemática tem sido ensinada como uma disciplina que se limita à resolução de problemas numéricos e à aplicação de fórmulas, muitas vezes sem levar em consideração o desenvolvimento de habilidades cognitivas mais amplas. Nesse sentido, é imperativo que a prática docente na Matemática seja revista para incluir abordagens que não apenas promovam o domínio dos conceitos formais, mas também estimulem o pensamento crítico, a reflexão e a resolução criativa de problemas. Ao adotar uma perspectiva mais abrangente, o ensino da Matemática pode contribuir para o desenvolvimento integral dos alunos, preparando-os para desafios sociais e intelectuais que vão além da sala de aula.
Aprender matemática é considerado difícil pela maioria dos estudantes. Uma das razões é que em classes tradicionais de matemática os estudantes são ensinados pela primeira vez a teoria e, em seguida, eles são convidados a resolver alguns exercícios e problemas que têm mais ou menos soluções algorítmicas usando mais ou menos o mesmo raciocínio e que raramente são conectados com as atividades do mundo real. (STOICA, 2015, p.702)
No ambiente escolar, o modo como a Matemática é ensinada tem implicações diretas nas interações sociais entre os estudantes e, por conseguinte, na construção de suas identidades acadêmicas e sociais. Práticas pedagógicas que se concentram exclusivamente na transmissão de conteúdo técnico, sem considerar as diferenças de aprendizagem dos alunos, tendem a gerar exclusão e desinteresse pela disciplina, especialmente entre aqueles que enfrentam dificuldades cognitivas. A falta de um espaço de interação colaborativa e de um ambiente de apoio mútuo pode resultar em um distanciamento entre os alunos e a Matemática, intensificando a sensação de fracasso e desmotivação. Em contrapartida, ao adotar metodologias que favoreçam a cooperação, o diálogo e a aprendizagem ativa, o ensino da Matemática pode se tornar uma ferramenta de inclusão e promoção da equidade social, permitindo que todos os alunos tenham a oportunidade de desenvolver suas competências de forma plena.
A primeira e grande barreira a ser transposta é a de abolir um modelo de educação que não permite ao estudante traçar seus próprios objetivos de aprendizagem e ser sujeito no processo de construção do próprio conhecimento. Uma aprendizagem pautada nos moldes da aprendizagem móvel precisa que o estudante deixe de ser espectador, ou seja, passivo e passe a ser coautor do próprio processo de aprendizagem, trilhando o caminho adequado à jornada de aprender e de aprender a aprender (FERREIRA, 2015, p. 35).
A Matemática, ao ser ensinada de maneira contextualizada e interligada com outras áreas do conhecimento, possui o potencial de transformar a sala de aula em um ambiente dinâmico de construção coletiva do saber. Esse processo não se limita ao domínio técnico da disciplina, mas envolve também o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como a capacidade de argumentar, colaborar e tomar decisões fundamentadas. Através da Matemática, os alunos podem ser incentivados a refletir sobre questões sociais e econômicas, desenvolvendo uma visão crítica sobre o mundo em que vivem. Dessa forma, a disciplina contribui para a formação de cidadãos críticos e participativos, preparados para compreender e atuar nas diversas dimensões da sociedade. Assim, a integração da Matemática ao contexto social e à realidade dos alunos é uma estratégia pedagógica que deve ser priorizada, de modo a ampliar as possibilidades de aprendizagem e a tornar o conteúdo mais significativo.
É que o processo de aprender, em que historicamente descobrimos que era possível ensinar como tarefa não apenas embutida no aprender, mas perfilada em si, com relação a aprender, é um processo que pode deflagrar no aprendiz uma curiosidade crescente, que pode torná-lo mais e mais criador (FREIRE, 2013, p. 25).
A citação de Paulo Freire destaca com profundidade a potência transformadora do ato de aprender, evidenciando que o ensino não deve ser reduzido a uma mera transmissão de conteúdos, mas compreendido como um processo dinâmico, capaz de despertar no educando uma curiosidade constante e criadora. Ao afirmar que o aprender pode deflagrar no aprendiz o desejo de investigar e criar, Freire rompe com a lógica tradicional e bancária da educação, propondo uma perspectiva dialógica e libertadora, em que o conhecimento se constrói na interação entre sujeito e mundo. Em minha opinião, essa visão é essencial para repensarmos a prática pedagógica em todos os níveis de ensino, especialmente em contextos onde o desinteresse e a passividade ainda são comuns. Quando o estudante se reconhece como protagonista do próprio processo de aprendizagem, sua relação com o saber se transforma — ele passa a buscar, questionar e experimentar, tornando-se, de fato, sujeito ativo e criativo. Assim, o papel do educador é o de provocar, instigar e acompanhar esse processo, possibilitando que o aprender seja, acima de tudo, um ato de liberdade e construção de sentido.
Considerando as implicações sociais do ensino da Matemática, é urgente que as práticas pedagógicas adotadas nas escolas se orientem para o desenvolvimento de uma abordagem mais inclusiva e interativa. Isso envolve a utilização de metodologias diferenciadas, como a aprendizagem baseada em projetos, o uso de tecnologias educativas e o ensino colaborativo, que possibilitam aos estudantes se engajar ativamente no processo de aprendizagem. A implementação de tais metodologias favorece o entendimento da Matemática como uma ferramenta para resolver problemas do cotidiano, permitindo que os alunos se vejam como agentes ativos no processo de construção do conhecimento. Essa abordagem não só amplia as possibilidades de aprendizagem, mas também fortalece as interações sociais entre os estudantes, criando um ambiente escolar mais democrático e inclusivo. Nesse sentido, o papel do professor como mediador é fundamental, uma vez que ele deve articular as diferentes formas de aprendizagem, promover a reflexão crítica e cultivar uma atmosfera de respeito e valorização das diversas experiências e saberes dos alunos.
2.2 UTILIZAÇÃO DE JOGOS E DE METEDOLOGIAS ATIVAS COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA
A utilização de jogos e metodologias ativas como recurso didático no ensino da Matemática tem se mostrado uma estratégia eficaz para tornar a aprendizagem mais significativa, dinâmica e contextualizada. Diferentemente do ensino tradicional, centrado na memorização e na repetição mecânica de exercícios, essas abordagens possibilitam a construção do conhecimento por meio da experimentação, do erro, da cooperação e da resolução de problemas reais. Os jogos, ao aliarem elementos lúdicos ao conteúdo matemático, despertam o interesse dos alunos, promovem a motivação intrínseca e favorecem o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais. Ao mesmo tempo, metodologias ativas como a aprendizagem baseada em projetos, sala de aula invertida e ensino por investigação colocam o estudante no centro do processo, valorizando sua autonomia, criatividade e protagonismo na construção do saber.
Além disso, o uso de jogos e metodologias ativas contribui para a identificação de diferentes estilos de aprendizagem e permite ao professor realizar intervenções pedagógicas mais eficazes e personalizadas. Por meio da observação do comportamento dos estudantes durante as atividades lúdicas, o educador pode diagnosticar dificuldades específicas, incentivar o trabalho colaborativo e desenvolver estratégias que respeitem o ritmo de cada aluno. Essa abordagem favorece a inclusão, reduz as barreiras ao aprendizado e ressignifica a Matemática como uma disciplina acessível e prazerosa. Dessa forma, o ensino da Matemática passa a cumprir não apenas seu papel formativo, mas também social, ao promover uma educação mais justa, equitativa e comprometida com o desenvolvimento integral do estudante.
As posturas, atitudes e emoções demonstradas pelas crianças, enquanto se joga, são as mesmas desejadas na aquisição do conhecimento escolar. Espera-se um aluno participativo, envolvido na atividade de ensino, concentrado, atento, que elabore hipóteses sobre o que interage, que estabeleça soluções alternativas e variadas, que se organize segundo algumas normas e regras e, finalmente, que saiba comunicar o que pensa, as estratégias de solução de seus problemas. (GRANDO, 2000, p.17)
O ato de jogar pode refletir e, ao mesmo tempo, potencializar as atitudes esperadas no processo de aprendizagem escolar. Ao observarmos o comportamento das crianças durante os jogos — atentas, concentradas, engajadas e criativas — percebemos que essas mesmas qualidades são fundamentais para uma aprendizagem efetiva em sala de aula. Isso reforça a importância de integrar os jogos ao ambiente escolar não apenas como um momento de descontração, mas como uma ferramenta pedagógica poderosa. Ao jogar, o aluno experimenta, testa hipóteses, organiza seu raciocínio e comunica suas estratégias, habilidades que são essenciais no desenvolvimento cognitivo e social. Portanto, ignorar o potencial didático dos jogos é desperdiçar uma oportunidade valiosa de tornar o ensino mais envolvente, significativo e condizente com a natureza ativa e curiosa das crianças.
Dessa forma, a utilização de jogos no ambiente escolar transcende a função recreativa e se consolida como uma estratégia metodológica eficaz para o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas e sociais. Ao engajar os estudantes em situações-problema que exigem raciocínio lógico, tomada de decisão, organização de pensamento e respeito a regras, os jogos criam um ambiente propício para a construção ativa do conhecimento. Além disso, promovem a cooperação, a comunicação e a capacidade de argumentação, aspectos fundamentais para a formação integral do sujeito. No ensino da Matemática, especificamente, os jogos didáticos oferecem oportunidades de aprendizagem contextualizada, permitindo que os alunos experimentem conceitos de forma concreta, dinâmica e prazerosa. Essa abordagem favorece não apenas o desenvolvimento de habilidades matemáticas, mas também a valorização do erro como parte do processo de aprendizagem, contribuindo para a autonomia e autoconfiança dos educandos.
Sabe-se que os jogos podem ser utilizados como uma ferramenta educativa, pois possui inúmeros recursos, que oferecem uma grande variedade de opções que podem ser utilizados como forma de reforçar o conteúdo ensinado, podendo ser usado, também, como ferramenta de troca de informação, análise da realidade e discussões sobre assuntos do cotidiano. Os jogos podem contribuir de forma significativa no aprendizado, pois mobiliza o interesse e o engajamento do aluno, o que pode estimular a imaginação, a criação, a criatividade.
Quando o aprendiz é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que tenham significação para ele, emergindo de sua história de vida, de seus interesses, seus valores e condições pessoais, passa a desenvolver a competência para formular e equacionar problemas. Quem consegue formular com clareza um problema, a ser resolvido, começa a aprender a definir as direções de sua atividade (FAGUNDES; MAÇADA; SATO, 1999, p. 16).
A utilização de jogos e metodologias ativas no ensino da Matemática configura-se como uma prática pedagógica inovadora, capaz de transformar o processo de ensino e aprendizagem em uma experiência mais significativa, dinâmica e contextualizada. Esses recursos didáticos, ao serem incorporados de maneira planejada ao cotidiano escolar, promovem a construção ativa do conhecimento, permitindo que os estudantes interajam com os conteúdos de forma lúdica, reflexiva e colaborativa. A natureza desafiadora dos jogos estimula o raciocínio lógico, a criatividade, a formulação de estratégias e o trabalho em equipe, favorecendo, assim, o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais que extrapolam o domínio conceitual da disciplina. Ao ancorar-se na realidade e nos interesses dos educandos, essa abordagem pedagógica contribui para uma aprendizagem mais concreta, significativa e prazerosa.
A partir do momento em que o estudante é colocado diante de situações-problema que exigem a elaboração de hipóteses, a análise crítica e a busca de soluções, ele passa a assumir um papel ativo no processo educativo. Essa postura favorece o desenvolvimento da autonomia intelectual e da curiosidade investigativa, fundamentais para a aprendizagem efetiva e para a formação de sujeitos críticos e criativos. A ludicidade proporcionada pelos jogos, associada ao caráter investigativo das metodologias ativas, estimula o aluno a participar de forma mais engajada nas atividades escolares, promovendo o protagonismo discente e reduzindo índices de desmotivação e evasão. Desse modo, o uso dessas ferramentas pedagógicas ressignifica a Matemática, aproximando-a do cotidiano dos alunos e contribuindo para a superação de barreiras históricas relacionadas à sua aprendizagem.
As metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em problemas, o ensino por investigação e a sala de aula invertida, quando integradas ao uso de jogos didáticos, favorecem a criação de ambientes educacionais mais inclusivos, colaborativos e centrados no estudante. Essas abordagens valorizam o percurso individual de aprendizagem, respeitando os diferentes estilos e ritmos dos educandos, e promovem a construção do conhecimento por meio da experiência concreta, da cooperação e da reflexão crítica. No contexto da Matemática, tais estratégias permitem que os alunos compreendam os conceitos de forma contextualizada, interligando teoria e prática de maneira significativa. A articulação entre jogos e metodologias ativas potencializa, portanto, a aprendizagem ao tornar o processo mais atrativo, dinâmico e conectado às demandas contemporâneas da educação.
Diante desse cenário, é imprescindível que o professor compreenda o valor pedagógico dos jogos e das metodologias ativas, incorporando-os de forma sistemática e intencional ao planejamento didático. Para que tais práticas sejam eficazes, é necessário que estejam alinhadas aos objetivos de aprendizagem e às necessidades específicas dos estudantes, exigindo do docente uma postura reflexiva, criativa e mediadora. Quando bem aplicadas, essas estratégias não apenas facilitam a compreensão dos conteúdos matemáticos, como também promovem a formação integral do aluno, ao estimular habilidades de pensamento crítico, resolução de problemas e comunicação. Dessa forma, o ensino da Matemática pode ser ressignificado, deixando de ser visto como uma disciplina abstrata e inacessível, e passando a ser reconhecido como um espaço de descobertas, desafios e desenvolvimento intelectual.
Portanto, jogos para serem utilizadas pelo professor em sala de aula, com forma de motivar, estimular o interesse e o desenvolvimento integral dos alunos são muito variados, para tanto é necessário haver professores capazes e com vontade de transformar o contexto educacional tradicional. As instituições e os sistemas de ensino são responsáveis pela formação continuada de professores, como também da reformulação das propostas políticos pedagógicas, nas quais podem garantir momentos de formação que provoquem a transformação das práticas pedagógicas, como também a mudança dos documentos que regem a educação contemporânea.
3 CONCLUSÃO
A presente investigação evidenciou a importância do uso de jogos e metodologias ativas como ferramentas pedagógicas no ensino da Matemática, destacando seu potencial para ressignificar a experiência educacional dos alunos e superar as limitações das práticas tradicionais de ensino. Ao considerar o estudante como sujeito ativo do processo de aprendizagem, essas abordagens proporcionam um ambiente de ensino mais dinâmico, contextualizado e inclusivo, no qual o conhecimento é construído de forma significativa e colaborativa. Verificou-se que, ao integrar elementos lúdicos e estratégias participativas, o ensino da Matemática torna-se mais atrativo, estimulando o raciocínio lógico, a autonomia intelectual e a curiosidade investigativa, contribuindo, assim, para a formação de indivíduos críticos, criativos e preparados para enfrentar os desafios da vida em sociedade.
A análise teórica e bibliográfica permitiu compreender que a adoção de práticas pedagógicas inovadoras rompe com a lógica transmissiva e fragmentada que ainda predomina no contexto escolar. Nesse sentido, os jogos e as metodologias ativas, ao favorecerem a interação entre os alunos, a experimentação concreta de conceitos matemáticos e a valorização dos saberes prévios, promovem uma aprendizagem mais efetiva e prazerosa. Além disso, tais estratégias possibilitam ao docente conhecer melhor o perfil de sua turma, identificar dificuldades específicas e planejar intervenções pedagógicas que respeitem os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem. A abordagem proposta não apenas amplia as possibilidades de compreensão dos conteúdos matemáticos, como também fortalece o vínculo entre educadores e educandos, criando uma atmosfera mais colaborativa, empática e propícia à construção coletiva do saber.
O desenvolvimento das aulas por meio de metodologias tradicionais é uma prática ultrapassada e que não atinge a maioria dos estudantes, o que, consequentemente, leva a evasão escolar e ao afastamento do conhecimento científico. Portanto, considera-se que, os paradigmas educacionais podem ser transformados começando pela consciência do potencial educativo dos livros didáticos, dos livros literários, mas, também, dos jogos de tabuleiro, jogos de computadores e das diferentes linguagens que os compõem e que motivam e divertem crianças e jovens, o que por consequência podem auxiliar na formação integral de estudantes.
Dessa forma, conclui-se que o ensino da Matemática, quando apoiado por jogos e metodologias ativas, não se limita à simples transmissão de conteúdos, mas se transforma em um processo de formação integral e emancipatória. Tais práticas, ao promoverem o protagonismo discente, estimulam o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas e sociais fundamentais para o exercício da cidadania e para a atuação responsável no mundo contemporâneo.
Portanto, a utilização de jogos em conjunto com as metodologias ativas torna-se algo fundamental para conhecer os educandos, entender as maneiras com que ele aprende e assim proporcionar o ensino da matemática mais atrativo e dinâmico. A elaboração deste artigo propiciou questionamentos, investigação sobre o tema proposto e assim a busca por respostas, logo considera-se alcançados os objetivos propostos.
REFERÊNCIAS
FAGUNDES, L. Aprendizes do futuro: as inovações começaram. Brasília: MEC, 1999.
FERREIRA, D. F. M. A. Aprendizagem Móvel no Ensino Superior: o uso do Smartphone por alunos do Curso de Pedagogia. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2015.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 47. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
GRANDO, R.C. O Conhecimento Matemático e o Uso de Jogos na Sala de Aula. 2000. 239f. Tese (Doutorado), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.
STOICA, A. Using Math Projects in Teachingand Learning. Procedia – Social and Behavioral Sciences. 2015. v.180.p.702-708. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S187704281501527X Acesso em: 24 de abril de 2025.