Agosto Lilás em Soledade visa fortalecer rede de atendimento no combate à violência contra a mulher

Letícia Nunes / ClicSoledade
Letícia Nunes / ClicSoledade

Como já é tradicional, todos os anos o Centro de Referência em Assistência Social se dedica a cada mês no foco em campanhas educativas e preventivas. Agora no mês de agosto, a concentração das atividades é para com o combate da violência contra a mulher, ou seja, o Agosto Lilás.

Em Soledade, a campanha ficará sendo veiculada através do uso das redes sociais e a busca está sendo um maior funcionamento conjunto da rede, composta pelos órgãos de segurança, Secretarias de Assistência Social (Creas), Saúde e Poder Judiciário.

A assistente social e coordenadora do Centro de Referência em Assistência Social, Luciana Knopf do Amaral explica que neste ano, o objetivo do trabalho não é com as mulheres e sim para as mulheres.

“Nós estamos trabalhando bem enfaticamente, de forma bem incisiva em cima da articulação dos órgãos da rede que estão presentes tanto no enfrentamento, quanto no acompanhamento das mulheres que passaram ou estejam passando por violência doméstica e familiar”, enfatizou.

Luciana ainda incrementa sua fala e destaca que se viu esta necessidade, já que a violência contra a mulher é algo muito complexo, sendo impossível apenas um órgão trabalhar integralmente nesse sentido.

“É importante que os órgãos atuem e falem a mesma linguagem, que estejam atentos. No nosso caso, somos responsáveis pelo atendimento destas demandas, a mulher passa a ser acompanhada pelo órgão, quando é do desejo dela e ela recebe todos as orientações e encaminhamentos pertinentes”, comenta.

Cabe salientar que referente a Soledade, houve um significativo aumento no número de casos de violência contra a mulher. De acordo com Luciana, os casos são crescentes a cada ano. “Em 2020, tivemos 164 casos atendidos, em 2021 foram 242 encaminhamentos da Delegacia de Polícia para o Creas e agora em 2022, somente até o final do mês de junho nós já tivemos 154 casos. Metade do ano é nós já passamos da metade dos casos que teriam sido encaminhados no ano anterior.

Por último, a coordenadora do Creas em Soledade salienta que esta crescente, não possui uma única causa e sim ela sim é multifatorial. “Além do aumento nos casos, há um agravamento na intensidade do tipo de violência cometido, sem contar as tentativas de feminicídio e os feminicídios já registrados. A violência contra a mulher é algo complexo e as causas são multifatoriais, pois além do machismo, tem toda esta questão de gênero, também é muito presente nas ocorrências, o uso de substâncias psicoativas por parte do agressor”.

Lembrando que a origem do Agosto Lilás ocorreu em 2016, em comemoração a criação da Lei Maria da Penha, que neste ano completa 16 anos de vigência.

TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

Violência Física: espancamento, ferimentos, lesões ou tortura;

Psicológica: ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição e insultos;

Sexual: estupro, obrigar a mulher a manter relação sexual, impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar a mulher a abortar;

Patrimonial: controlar o dinheiro, deixar de pagar pensão alimentícia, destruir documentos pessoais, furto, extorsão, dano, estelionato;

Moral: acusar a mulher de traição, fazer críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a mulher por meio de xingamentos.

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