Justiça realiza audiências de instrução no Caso Paula Perin Portes em Soledade

Foto: Arquivo Pessoal / Facebook
Foto: Arquivo Pessoal / Facebook

Inicia na manhã desta terça-feira, 10/08, as oitivas e instruções do caso de Paula Perin Portes. A jovem de 18 anos foi morta há mais de um ano e teve seu corpo encontrado cerca de 60 dias após o desaparecimento em Soledade.

As audiências acontecem no Fórum da Comarca de Soledade e serão conduzidas pelo Juiz José Pedro Guimarães. Serão ouvidas testemunhas de acusação, defesa e os quatro réus envolvidos no caso.

De acordo com Salete Canelo, advogada da Família de Paula Perin Portes, a expectativa é muito grande. “Após um ano do caso, finalmente iniciam as instruções processuais. Serão três dias de audiências e a gente espera conseguir terminar nesse prazo. A família espera que a justiça seja feita”, afirmou.

Conforme cronograma divulgado, nesta terça-feira, 10/08, serão ouvidas as testemunhas de acusação, onde foram arroladas 19. Já na quarta, 11/08, e quinta, 12/08, é a vez das de defesa, que somam 36 pessoas. E ao final haverá o interrogatório dos réus.

Por ser um caso de grande repercussão e com a participação de um grande número de pessoas, o Juiz José Pedro Guimarães autorizou a realização das audiências no Plenário do Tribunal do Juri, com participação de algumas pessoas e também da imprensa.

Além disso, por se tratarem de réus com envolvimento em uma facção criminosa, a justiça solicitou reforço na segurança, com apoio da Brigada Militar e Polícia Civil.

Relembre o Caso Paula

A denúncia do Ministério Público narra que na noite do dia 10 de junho um dos denunciados atraiu Paula para um imóvel localizado no bairro Fontes, em Soledade. Lá, em comunhão de vontades e conjugação de esforços com outros três comparsas, mataram a jovem de 18 anos por asfixia. Consta na peça que “para perpetrar o delito, um dos denunciados, dissimulando a intenção homicida, convidou a vítima, com quem já mantinha contato prévio por meio de redes sociais, para que se encontrassem sob o pretexto de ali confraternizarem”.

Em seguida, carregaram Paula até um veículo que foi estacionado por um dos acusados em frente ao local e a levaram até uma propriedade rural pertencente à família de outro dos denunciados, onde o corpo foi ocultado. Os demandados, inclusive, cobriram a terra revolvida com galhos e plantas. “Algum tempo depois da ocultação, após perceberem a enorme comoção gerada na comunidade pela morte brutal da jovem Paula e temendo que as autoridades policiais obtivessem informações a respeito do paradeiro do corpo ocultado, dois dos denunciados retiraram o cadáver do local inicial e o moveram até outra propriedade rural, na localidade Rincão do Bugre”, detalha a denúncia. O cadáver somente foi encontrado em 16 de agosto, mais de dois meses depois do homicídio.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Paula foi morta por motivo torpe, caracterizado por desejo de vingança nutrido por um dos denunciados por ela ter presenciado cenas de agressão praticadas por ele contra sua ex-companheira e também para que não contasse sobre o envolvimento dos denunciados com o crime organizado, com o tráfico ilícito de drogas e com cargas ilegais de cigarros.