Na manhã desta terça-feira (24/09), a Delegada Regional Fabiane de Vargas Bittencourt concedeu uma coletiva de imprensa na Delegacia Regional de Polícia em Soledade, esclarecendo detalhes sobre a identificação da mulher de 27 anos suspeita de gerenciar o perfil fake “Sole_citym1gr4u_oficial” no Instagram. O perfil foi utilizado para disseminar calúnias, injúrias e difamações contra diversas pessoas da comunidade.
A investigação, coordenada pela Delegacia de Soledade e conduzida com o apoio da Delegacia Regional, foi intensificada após o recebimento de mais de 25 ocorrências denunciando crimes cometidos pelo perfil anônimo. “Identificamos a administradora através da colaboração da plataforma e provedores de internet”, explicou a delegada. A página foi bloqueada e excluída assim que a responsável foi identificada.
Durante a coletiva, Fabiane Bittencourt destacou a importância do caso. “Esse é um exemplo claro de que a internet não é uma terra sem lei. Quem usa as redes sociais para praticar crimes será identificado e responsabilizado”, afirmou. Segundo ela, a responsável pelo perfil poderá responder por mais de 20 processos criminais e também está sendo avaliada a possibilidade de indiciamento por injúria qualificada por homofobia, devido ao teor de algumas postagens.
Ao ser questionada sobre a prisão da mulher, a delegada explicou que, embora a gravidade dos crimes seja clara, as penas para crimes como injúria, calúnia e difamação não autorizam a prisão imediata. “São crimes de menor potencial ofensivo, cometidos sem violência, por isso a lei não permite a prisão neste momento da investigação”, esclareceu Fabiane. Ela destacou, no entanto, que com o somatório de processos, a autora pode enfrentar penas mais severas no futuro.
Fabiane também reforçou que o compartilhamento de conteúdos difamatórios, como prints de postagens em grupos ou redes sociais, pode configurar crime, o que expõe os responsáveis a penalizações. “As pessoas precisam entender que dar continuidade a essas divulgações também é uma conduta passível de punição”, alertou.
A investigação ainda não foi concluída, e a Polícia Civil segue apurando se outras pessoas contribuíram com a criação ou disseminação das informações veiculadas pelo perfil fake. “Estamos avaliando outras possíveis participações, e, se for o caso, outras pessoas também serão responsabilizadas”, comentou a delegada.
Fabiane Bittencourt ressaltou que as vítimas do perfil podem procurar a delegacia ou seus advogados para requerer cópias da investigação e ajuizar queixas-crime. “Cada pessoa lesada tem o direito de buscar reparação legal”, completou.
A coletiva foi encerrada com um alerta da delegada. “A internet não é um escudo para quem comete crimes. Nós temos meios de identificar os responsáveis e vamos continuar trabalhando para garantir a segurança da nossa comunidade”, concluiu.