Na quarta-feira, 24/09, representantes do Legislativo de Soledade cumpriram uma série de agendas em Porto Alegre para tratar da crise que atinge o setor de pedras preciosas. A participação do grupo foi articulada pelo presidente da Câmara, Diego Vidaletti Silva, diretamente com o deputado estadual Gustavo Victorino, que preside a Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa.
Além de Vidaletti, integraram a comitiva os vereadores Edivaldo da Silva dos Santos, Valquiria Lange, Josino Portela, Tadeu marques Rodrigues e João Pedro Carvalho da Silva, o prefeito Paulo Cattaneo, vice-prefeito Jonas Morais e o presidente do Sindipedras, Gilberto Bortoluzzi, juntamente com representantes da Appesol. Eles relataram os efeitos já sentidos pela cadeia produtiva após o aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos, principal mercado ao lado da China. Apenas no primeiro mês, as exportações caíram cerca de 30%.
Soledade concentra 80% das exportações de pedras preciosas do Rio Grande do Sul e responde por 40% do PIB municipal. O setor reúne mais de 300 empresas, gerando aproximadamente 1.500 empregos diretos e 3.500 indiretos. Em 2024, o município respondeu por 63% das exportações gaúchas, movimentando US$ 61,8 milhões.
Durante a reunião da Comissão de Economia, os parlamentares da Assembleia destacaram a intenção de buscar medidas emergenciais para apoiar o setor. O deputado Gustavo Victorino reforçou a importância de uma solução imediata. “Vamos procurar enquadrar o setor numa condição tributária emergencial para socorrer de imediato as empresas, ao mesmo tempo que buscaremos novos mercados para a exportação”, afirmou.
Na avaliação do presidente da Câmara de Soledade, Diego Vidaletti Silva, o momento exige respostas rápidas. “As famílias e os empreendedores do setor já se reinventaram ao longo dos anos, passando da exportação bruta para o beneficiamento que hoje permite vender joias para Hong Kong. Mas agora não há mais espaço para novas reinvenções dentro de um processo econômico. Estamos infartados pelo tarifaço e precisamos de reabilitação, de ajuda e de soluções concretas”, disse.
O vereador Edivaldo da Silva dos Santos destacou os reflexos diretos para os pequenos e médios empresários associados à Appesol. “Antes das enchentes de 2024, a associação reunia 170 empresas, hoje restam cerca de 100. Houve perda significativa de empregos e muitos empresários estão com restrições que dificultam o acesso a crédito. O que pedimos é a criação de linhas de financiamento com carência, que permitam capital de giro e a manutenção das atividades”, relatou.
Edivaldo também defendeu a integração das pedras preciosas em outros setores da economia. “Precisamos avançar com políticas de Arranjos Produtivos Locais, que incorporem nossos produtos em áreas como móveis e moda, ampliando o mercado interno e reduzindo a dependência das exportações”, acrescentou.
À tarde, a comitiva de Soledade foi recebida pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, em encontro articulado pelo deputado Guilherme Pasin. O parlamentar ressaltou a importância de novas estratégias. “Com essa articulação, buscamos construir alternativas que reduzam os impactos do tarifaço e garantam a sustentabilidade de um setor estratégico para a economia do município, preservando empregos, tradição e desenvolvimento local”, disse Pasin.
O presidente da Câmara avaliou a mobilização como necessária diante do cenário atual. “É fundamental que o setor esteja no centro das discussões do governo do Estado. Temos dados claros que demonstram a gravidade da situação e, por isso, estamos buscando apoio para que as empresas pelo menos se mantenham ativas neste período de crise”, finalizou Diego.
