Artigo: Matemática e recursos tecnológicos

*Por professora Josiani Groff, Licenciada e pós graduada em Matemática.

1  INTRODUÇÃO

O presente estudo pretende identificar, investigar e refletir sobre o uso de tecnologias nas escolas de áreas rurais, trazendo consigo alguns objetivos, sendo eles, identificar as principais dificuldades encontradas pelos professores do ensino fundamental de áreas rurais, em utilizar a tecnologia em sala de aula, definir os benefícios do uso das tecnologias em aula e refletir sobre o uso de tal.

A tecnologia sempre acompanhou o homem em suas evoluções, pois em cada processo realizado pelo homem ele sempre buscou ampliar suas tecnologias, para melhorar seu modo de vida.

Em um mundo tão inovador e tecnológico, temos que estar sempre se especializando e atualizados com tantas mudanças, e como quanto as escolas, cabe a nós professores tentarmos usufruir o que há de melhor que elas possam nos oferecer, fazendo com que nossas aulas se tornem mais atrativas e inovadoras.

Mais ainda em um mundo tão tecnológico temos escolas de áreas rurais que não obtém esses recursos inovadores que podem nos beneficiar em muito se tratando em aprendizagem, tais motivos seriam esses, a falta de habilidades para uso das tecnologias, falta de especialização continua e até mesmo falta de internet nas escolas e residências dos alunos.

Nesse sentido o presente artigo traz reflexões e propostas de como os professores de escolas rurais enfrentam essas dificuldades, refletindo a importância e os benefícios de se usar as tecnologias na educação tanto nas aulas em gerais como em aulas de matemática, refletindo também a importância da formação continua de professores e profissionais da educação.

O presente artigo iniciará relatando a tecnologia em educação nos dias de hoje, apresentando a dificuldade de se estar atualizado com a evolução tecnológica acontecendo tão rapidamente, seguira falando das tecnologias no ensino escolar, mais com foco especial em matemática, e terminará abordando as vantagem de se usar meios tecnológicos para o ensino educacional. Trazendo como problema, refletir sobre o uso dos recursos tecnológicos nas aulas de matemática no ensino fundamental, identificando principais problemas encontrados pelos professores de áreas rurais para trazer essa modalidade de ensino para as salas de aulas.

2  TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

Em uma sociedade tão tecnológica nos dias de hoje, marcada pelo aceleramento das tecnologias eletrônicas, com atenção em especial para computadores, celulares e internet, estamos rodeados de meios e recursos tecnológicos em escolas e salas de aulas.Barros (2017, p. 13-14) afirma que:

As tecnologias têm relação direta com a vida dos homens. Elas têm o poder de transformar o modo de vida e a cultura de uma sociedade. Tais modificações se iniciam no momento em que novas tecnologias são criadas, inventadas; depois passam pelo momento do seu aperfeiçoamento e culminam em seu domínio, seja por quem as cria, seja por quem as desenvolve, seja por quem as cria, seja por quem as desenvolve, seja por quem as utiliza.

Com tanta informação, e tudo chegando muito rápido, deve-se ter o cuidado de selecionar apenas o que é apropriado, e relacionável com o conhecimento buscado, afinal, informação para auxiliar-nos, modificando não é sinônimo de conhecimento.

A tecnologia veio o modo de vida, tornando tudo muito rápido. Afinal a tecnologia nada mais é que segundo Barros (2017, p. 20) que:

Partindo do pressuposto que todo tipo de invenção, artefato, instrumento e processo criado e reelaborado por seres humanos é tecnologia, seria correto afirmarmos então que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) e as tecnologias na educação, como os próprios nomes indicam, são tecnologias – tal qual a matemática –, afinal, são todas invenções criadas por homens e mulheres.

Podemos usufruir de inúmeras formas quando falamos de tecnologia, e quando relacionamos com a educação podemos proporcionar o uso de modernos recursos didáticos na escola, e com isso promovendo melhorias no processo de ensino e aprendizagem. Mas infelizmente essa realidade não chegou a todas as escolas, a tecnologia que tanto nos ajuda e auxilia, fazendo com que coisas se tornem mais rápidas e modernas, não é a realidade de algumas escolas e de alguns alunos, principalmente de escolas de áreas rurais.

Mesmo em século XXI ainda temos vários casos de famílias carentes e de baixa renda, aquelas que não se tem uma renda fixa mensal, e nem mesmo sua própria casa, ou terra para residir, morando de arrendatário, sendo assim fica difícil para alguns alunos estar tão bem atualizado quanto ao uso da tecnologia. Essa pode não ser a realidade de muitos alunos de áreas rurais, alguns deles não têm problema nenhum quanto ao uso e ao consumo de celulares e tecnologias em geral, mas infelizmente isso não ocorre com todos os alunos.

Baseado no fato de escolas de áreas rurais serem frequentadas por alunos que tem um celular e sabe lidar com meios tecnológicos e alunos que não são acostumados com essa realidade, nos professores se deparamos com algumas dificuldades, pensando muitas vezes em como usar recursos tecnológicos em sala de aula, estando diante de um número misto de alunos, que sabem ou não fazer o uso correto desse recurso, temos também o pressuposto de que nem todos os alunos sabem como usar um celular e nem mesmo fazer uma pesquisa, tendo em vista que nem todas as escolas possuem uma sala de computação para o uso  e aprendizagem dos alunos. Mediante a situação relatada muitas vezes os professores não saem da rotina, usando apenas o modo tradicional de ensino.

As tecnologias estão cada vez mais atualizadas, muitas vezes nem conseguimos acompanhar tal evolução, e se tratando de tecnologia em educação se torna mais difícil ainda, pois não é simples termos uma formação continua às vezes até mesmo à falta de apoio de nossos municípios nos acarretam em dificuldades de termos acessibilidade a cursos e novos conhecimentos, às vezes a falta de tempo em dias tão ocupados impossibilita especializações, e assim levar para salas de aulas mais conhecimentos e diversificação.

No site https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/, está previsto algumas habilidades para o século XXI.

As habilidades propostas para a educação no século XXI:

    1. HABILIDADES DE VIDA E CARREIRA:

Envolve desenvolver Flexibilidade e Adaptação; Iniciativa e Auto-direcionamento; Interação social e inter-cultural; Produtividade; e Liderança e Responsabilidade.

  1. HABILIDADES DE APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO:

Envolve desenvolver Pensamento crítico, Resolução de problemas e Entendimento; Comunicação e Colaboração; e Criatividade e Inovação.

  1. HABILIDADES DE INFORMAÇÃO, MÍDIA E TECNOLOGIA

Envolve desenvolver Acesso à informação; Uso e gestão de informação; Mídia analítica; Criação de produtos de mídia; e Tecnologia aplicada efetivamente.

Nenhuma dessas habilidades diz respeito a conteúdos puramente acadêmicos ou intelectuais, mas sim a junção entre o desenvolvimento das habilidades sócio emocionais, intrapessoais e interpessoais. Resumidamente, as habilidades do século 21 são formadas por um conjunto de conhecimentos e práticas que envolvem as capacidades de atingir objetivos, trabalhar com outras pessoas e gerir suas emoções.

Essas habilidades são adquiridas durante o dia a dia, e se ensinadas e demostradas através da escola, teriam um significado mais atuante na vida da sociedade, mostrando como a tecnologia pode ser benéfica ao ensino, definindo que as aulas com o uso tecnológico pode nos encaminhar a diversos meios de ensino, nos ocasionando as habilidades definidas acima, inovando nosso dia a dia, com mais praticidade.

2.1 TECNOLOGIA NO ENSINO DA MATEMÁTICA

Se tratando de tecnologias relacionadas à matemática, nos deparamos com vários processos em relação as suas modificações. Para Borba, Silva e Gadanidis (2014, p. 17) a tecnologia em matemática pode ser argumentada em fases:

Quando olhamos grande parte das pesquisas em educação matemática desenvolvidas no Brasil nos últimos trinta anos, notamos diversificados contextos, propostas e perspectivas com relação ao uso didático e pedagógico de tecnologias para investigação matemática. Em nossas reflexões, nos pareceu pertinente e interessante argumentar acerca de uma perspectiva estruturada em quatro fases para discutirmos o uso de tecnologias na educação matemática no Brasil.

Tendo em vista a citação acima, podemos entender a tecnologia em matemática em quatro fases sendo elas:

1° Fase: Para Borba, Silva e Gadanidis (2014, p. 19)

Nos anos 1980 o uso de calculadoras simples e científicas e de computadores já era discutido em educação matemática. Durante essa fase, expressões como “tecnologias informáticas” (TI) ou tecnologias computacionais começaram a ser utilizadas pelas pessoas para se referirem ao computador ou software, por exemplo.

A primeira fase foi principalmente caracterizada pelo uso do software LOGO, que se iniciou em 1985, esse software é uma linguagem de programação, sendo muito usado para programação de computadores, funcionando como um robô, pronto para responder aos comandos dos usuários, os comandos são através de palavras chaves e comando, o software é uma ferramenta com um grande número de abrangências, sendo uma grande ferramenta de apoio ao ensino regular. Também no final dessa fase, foi percebido que seria muito importante as escolas ter laboratórios de informática.

2° Fase: A segunda fase se iniciou nos anos 1990, foi então marcada pela popularização do uso de computadores pessoas, trazendo várias opiniões quando a isso, muitos professores não optaram pela tecnologia e continuaram com a forma tradicional da época. Na época foram produzidos vários softwares educacionais, e assim professor em cursos de capacitação continua encontraram meios de usar as tecnologias em educação nas salas de aulas. É nessa fase que se destacam o surgimento do uso de software relacionado às funções e suas representações, sendo eles o Winplot, o Fun, e o Graphmatica e o de geometria dinâmica como o CabriGéometre e o Geometrickis. Borba, Silva e Ganadinis (2014, p. 23), relatam a segunda fase como:

A segunda fase tem início na primeira metade dos anos 1990, a partir da acessibilidade e popularização do uso de computadores pessoais. Nessa fase, existe grande variedade de perspectivas sobre como estudantes, professores e pesquisadores viam o papel dos computadores em suas vidas pessoais e profissionais. Muitos nunca utilizaram um computador durante essa fase, por razões como desconhecimento de sua existência, desinteresse, falta de oportunidade, insegurança ou medo. Outros utilizaram, mas não vislumbravam os novos rumos que a humanidade seguiria mediante seu uso ou então foram totalmente contra seu uso educacional. Outros ainda, por perceberem as transformações cognitivas, sociais e culturais que ocorreriam com o uso de TI, buscaram explorar possibilidades didáticas e pedagógicas.

3° Fase: A terceira fase teve início por volta de 1999, com o surgimento da internet que passa a ser uma fonte de informação e comunicação, sendo uma ferramenta de apoio aos professores para realização de cursos a distância, tendo em vista a importância da formação continua de professores, para utilização de software em aulas de matemática.

A terceira fase tem início por volta de 1999 com o advento da internet. Em educação, a internet começa a ser utilizada como fonte de informações e como meio de comunicação entre professores e estudantes e para a realização de cursos a distância para a formação continuada de professores via e-mails, chats e fóruns de discussões, por exemplo. Nessa fase, devido à natureza informacional e comunicacional da internet, além do termo “TI”, surgem e se consolidam expressões como “tecnologias da informação” e “tecnologias da informação e comunicação” (TIC). (BORBA, SILVA E GADANIDIS 2014, p. 32- 33)

4° Fase: Iniciou em 2004 com a rapidez da internet e está presente até os dias atuais, pelo fato de a qualidade da conexão a quantia e a grande variedade de recursos estão sempre se aprimorando, trazendo consigo uma transformação nas comunicações online. A quarta fase se torna uma fase de questionamentos e pesquisas a serem realizadas, para sabermos o que ainda vai surgir e quais benefícios vão surgir pela frente, tanto para a vida social quando para a educacional.

Atualmente estamos vivenciando a quarta fase com relação ao uso de tecnologias em educação matemática. Essa fase teve início em meados de 2004, com o advento da internet rápida. Desde então a qualidade de conexão, a quantidade e o tipo de recursos com acesso à internet têm sido aprimorados, transformando a comunicação online. (BORBA, SILVA E GADANIDIS 2014, p. 36)

A tecnologia quando utilizada e aprimorada, em relação a aulas matemática nos permite explorar campos jamais conseguidos através do lápis e do papel, assim podemos perceber a grande evolução das tecnologias em matemática nos dias atuais desde seu surgimento, tendo em vista que nem uma fase exclui a outro, elas apenas se completam, uma aprimora a outra.

É importante destacarmos que o surgimento de cada fase não exclui ou substitui a anterior. Há certa “sobreposição” entre as fases, elas vão se integrando. Ou seja, muito dos aspectos que surgiram nas três primeirasfases são ainda fundamentais dentro da quarta fase. Muitas das tecnologias “antigas” ainda são utilizadas. Embora já tenhamos muitas questões sobre as TD, diversas perguntas que surgiram nas fases anteriores estão ainda em aberto. Problemas ou atividades têm sido reestruturados ou apenas adaptados ao uso de TD. (BORBA, SILVA E GADANIDIS 2014, p. 38)

A tecnologia é uma ferramenta de ensino benéfica para todos os meios de ensino e todas as disciplinas, sabendo usufruir dos inúmeros meios tecnológicos presentes em nosso dia a dia podemos agregar muito em aulas e conceitos disciplinares.

2.2 BENEFÍCIOS DO USO DE RECURSOS TECNOLOGICOS EM AULAS DE MATEMÁTICA

Entendemos como tecnologia em educação, todos os recursos e ferramentas utilizadas para o ensino e aprendizagem.  Sabe-se que com as tecnologias temos vários benefícios e recursos a serem explorados, sabemos também que hoje em dia ter um pouco de domínio das tecnologias é fundamental para nos adaptar a sociedade nos dias atuais. Barros (2017) em seu livro, Tecnologias e Educação Matemática, ressalta que:

No ensino da matemática, em uma perspectiva dinâmica, na qual a matemática é considerada uma construção de seres humanos, professores usam tecnologias digitais e se apropriam delas, as quais são entendidas não só como possibilidades didáticas, mas também como necessidades social, que deve ser analisada e utilizada com criticidade, pois faz parte da vida dos sujeitos e do espaço e do tempo em que vivemos. (BARROS 2017, p. 79).

Muitas das vezes é necessário que o professor mude suas metodologias de ensino em aulas de matemática, abandonando o simples quadro negro, e a famosa “decoreba” assimilada a inúmeras fórmulas matemáticas, é preciso que ocorra nas aulas, a influência de pesquisa, debates e diálogos entre os alunos, promovendo assim a produção de conhecimento, fazendo com que aconteçam trabalhos em equipes, pesquisas bibliográficas, apresentação de trabalhos; fazendo que aconteça o desenvolvimento de valores como a ética, o respeito a opiniões de outros, abertura ao novo, criticidade educação permanente, entre outros.

Situações de interação, expressão, criação, comunicação, informação e colaboração, tornando-a muito diferente daquela tradicionalmente fundamentada na escrita e nos meios impressos. Encontra-se nesta perspectiva, a possibilidade para que professores da Educação Básica e de outros mais variados níveis de ensino, possam rever concepções de sustentação de suas práticas cotidianas, terem acesso e apropriem-se de conhecimentos necessários para trabalharem com a produção de vídeos digitais na sala de aula ou outras interfaces nas diversas disciplinas escolares, com vistas a propiciar motivação e aprendizagem. Diante do exposto, acredita-se que experiências nesse campo de estudo são de grande valor pedagógico para alunos e professores. Com a mediação das ações pelo professor, que deve estar sempre aberto ao diálogo, os estudantes podem produzir conhecimento em uma linguagem próxima de sua realidade. Utilizando-se da criatividade e da valorização do que cada um sabe nessa ação coletiva. (SOUSA, MOITA; CARVALHO, 2011, P.21-22).

A criatividade está muito relacionada às aulas de hoje, depende de cada professor querer usa-la ou não, há várias metodologias diferentes que podem ser utilizadas em uma sala de aula, tornando o processo de ensino – aprendizagem mais dinâmica, em que a experimentação, o levantamento de hipóteses, a busca de conjecturas e por validação do percebido podem levar o aluno a construir um mundo de pensar matemática que lhes seja significativo.

Sabemos que sem a evolução da tecnologia nada disso seria possível, novas visões, conhecimentos e pesquisas, então não poderíamos deixar de dizer que a tecnologia é uma grande aliada ao ensino escolar, trazendo consigo um grande número de benefícios ao processo de ensino e aprendizagem.

 Desde que as tecnologias de comunicação e informação começaram a se expandir pela sociedade, aconteceram muitas mudanças nas maneiras de ensinar e aprender. Independentemente do uso mais ou menos intensivo de equipamentos midiáticos, nas salas de aula, professores e alunos têm contato durante todo o dia com as mais diversas mídias. Guardam em suas memórias informações e vivências que foram incorporadas das interações com filmes, programas de rádios e televisão, atividades em computadores e na internet. Informações que se tornam referências, ideias que são capturadas e servem de âncoras para novas descobertas e aprendizagem, que vão acontecer de modo mais sistemático nas escolas, nas salas de aula. Um programa de TV, a notícia no telejornal, a campanha feita pelo rádio, mensagens trocadas pela internet, jogos interativos de todos os tipos são fontes de informação e de exemplos que ajudam a compreensão de conteúdos e a aprendizagem. (KESKI 2015, p. 85).

Cada professor pode optar por meios diferentes de usar as tecnologias em aulas, cada um tem um plano de aula que se encaixe mais com o devido conteúdo aplicado. Não apenas na disciplina de matemática, mais como em todas as disciplinas ensinadas pelas escolas, podem-se usar meios tecnológicos de ensino, como; pesquisas, apresentaçõesem PowerPoint e criação de vídeos entre inúmeras outros processos.

Esses processos de aprendizagem trazem consigo benefícios às aulas, despertando mais interesse pelas aulas, pelo simples fato de se estar mudando, saindo do tradicional e rotineiro método de ensino tanto em aulas matemáticas, como nas outras disciplinas escolares. Trazendo consigo possibilidadesaos alunos, como desenvolvimento da criatividade, contato com diversas culturas, melhora a interpretação das informações, influencia o debate entre outros. Claro que não poderia deixar de falar das desvantagens que são tão debatidas como desvio de atenção para redes sociais, perda do hábito de escrever e alienação entre outros.

As vantagens e desvantagem mencionadas acima vão depender muito de cada aluno, nas escolas hoje temos alunos que tem o interesse de aprender, buscar conhecimento, interessados em buscar informações e aprender novas técnicas de pesquisas, mas a também o aluno que não tem o desejo e a necessidade de aprender, e mesmo que o professor tente despertar a vontade de aprender e a necessidade de se aprimorar de conhecimento, essa tentativa não é bem sucedida.

O uso das tecnologias pode ser de grande valia para os alunos, e deve estar presente nas escolas, hoje tanto na vida social como no mercado trabalho e até mesmo no ingresso em uma faculdade, devemos ter pelo menos um domínio básico das tecnologias digitais. Mas nas escolas de áreas de áreas rurais a realidade não é a mesma, infelizmente não se consegue muitas das vezes se passar o básico para os alunos, pelo fato de nem todos terem um celular, e nem todas as escolas ter uma sala de computação, e se tiver muitas das vezes ou está inabilitada para o uso, ou possui um número muito baixo de computadores.

Infelizmente essa é a realidade de muitas escolas hoje no Brasil, que são ingressadas por alunos de baixa renda, fazendo com que percam o direito de se ter mais conhecimento necessário para um futuro em universidades e no mercado de trabalho.

O grande desafio para a educação é pôr em prática hoje o que vai servir para o amanhã. Os efeitos da prática de hoje vão se manifestar no futuro. (D’AMBROSIO, 2009, p.80)

Deve-se ressaltar também a criticidade de apoio aos professores dessas áreas, em relação aos cursos de formação continua, pois devemos estar sempre nos especializando, buscando novas materiais, métodos de ensino e domínio de novas tecnologias, por exemplo, hoje em matemática temos inúmeros aplicativos que nos permitem um grande número de operações e são de grande valia para o ensino, mas não podemos usa-los muitas das vezes por falta de domínio ou pela falta de materiais para os alunos como computadores e celulares. Para Jhon (2009, p.27) ensinar matemática pode ser uma aventura excitante. Talvez a parte mais excitante seja que você se desenvolverá e aprenderá junto com seus alunos.

2.3 METODOLOGIA

Neste trabalho foi realizado uma pesquisa bibliográfica, dissertativa, e reflexiva com aspecto qualitativo, para descrever as abordagens sobre as dificuldades de se utilizar a tecnologia em sala de aula, em áreas rurais, compreendendo assim quais as principais causas e os benefícios do uso das tecnologias em salas de aulas.

Uma pesquisa qualitativa é:

Os aspectos essências da pesquisa qualitativa consistem na escolha adequada de métodos e teorias convenientes; no reconhecimento e na análise de diferentes perspectivas; nas reflexões dos pesquisadores a respeito de suas pesquisas como parte do processo da produção de conhecimento; e na variedade de abordagem e métodos. (FLICK, 2009, p.23)

A pesquisa bibliográfica, é de grande valia na formação de educandos, é através dela que consiste todo o trabalho científico ou acadêmico, com o objetivo de reunir as informações e dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a partir de determinado tema. Fazendo com que se absorva conhecimento, despertando a vontade de aprender e ir além, buscando novos meios e métodos de ensino.

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado sobre um determinado assunto, tema ou problema (CERVO; BERVIAN, 2002 p.60).

A pesquisa bibliográfica, é realizada, através de pesquisadas em livros, revistas, publicações avulsas e imprensa, tendo como intuito, fazer o pesquisador, entrar em contato com todo material possível sobre determinado assunto, formando suas próprias opiniões e objetivos a serem alcançados.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Novos rumos devem ser dados à renovação do ensino e aprendizagem da matemática nas escolas, deve-se inovar, trazendo para as salas de aula mais criatividade, despertando assim mais interesse no aprender, saber e fazer de cada aluno, os meios tecnológicos estão ai para nos auxiliar e no ajudar, trazendo consigo várias barreiras a serem superas.

A tecnologia quando aliada em aulas de matemática pode agregar e muito no aprendizado, tornando muitas das vezes mais fácil o entendimento de conteúdos e formas geométricas, sabemos que hoje em dia temos variadas opções de ensino e diversas formas de aprender aliadas ao nosso favor, é claro que muitas das vezes não se consegue usar de todos os meios mais modernos que se tem hoje em dia, a falta de recursos em escolas, e de ajuda com formação continua para uma boa dominação desses meios tecnológicos.

Em escolas de meios rurais essa dificuldade está mais presente ainda, não basta termos uma escola com internet, se não temos uma sala de informática, e nem mesmo alguém capacitado para ensinar usar deste meio aos alunos. E se isso fosse o único acontecido, mas não por que em escolas de áreas rurais temos também apresença de alunos com baixa renda, não é simples como para muitos ter um celular e troca-lo a cada ano, para esses alunos a baixa renda familiar ainda existe. Sendo assim em escolas de áreas rurais a tecnologia não pode ser tão bem aproveitada, as escolas usam meios tradicionais de ensino.

Alunos e professores deixam de se aprimorar dos inúmeros benefícios de se usar tecnologia em aula, pelo fato de que não se pode usar uma ferramenta indisponível no ambiente em que se atua, nessas escolas de áreas rurais não se tem a presença de professores altamente qualificados muitas das vezes para ensinar como lidar com aplicativos e software da atualidade, os professores por falta de especialização continua e de fermentas de ensina, e os alunos por falta até mesmo de um celular, que hoje é um objeto tão comum para muitos.

Em dias de hoje precisa-se induzir o aluno ao querer aprender, despertando a vontade de aprender, às vezes mudando os métodos de ensino, trazendo algo novo e diferente pode fazer muita diferente, e mudar muitos pontos de vistas de alunos, que apenas conhecem os mesmos métodos de sempre, e estão ali presentes em aula, apenas por estarem, sem terem a vontade de buscar novos conhecimentos.

Acredita-se que com o passar dos anos, a tecnologia esteja mais ativas nessas escolas de áreas rurais, que os investimentos governamentais sejam mais objetivados a essas áreas da educação, trazendo uma igualdade mais justa para os alunos dessas áreas, para que no futuro não sejam afetados quando ingressarem em universidades e no mercado de trabalho.

Destacasse aqui a grande agregação do presente trabalho para formação acadêmica, destacando a grande importância de escolas terem em seu meio de ensino a tecnologia com aliada a educação, tendo professores habilitados para usar destes meios, contando com internet nas escolas, com salas de computação, apoio para uma formação continua e de qualidade.

REFERÊNCIAS

D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática: Da teoria à prática. 17. Ed. São Paulo: Papirus, 2009.

JHON A. VAN DE WALLE. Matemática no ensino fundamental. 6. Ed. São Paulo, 2009.

CRISTINA BARROS, GÍLIAN. Tecnologias e Educação Matemática. 1. Ed. Intersaberes 2017.

CARVALHO BORBA, M, D; DA SILVA, R, C, R; GANADINIS, G. Fases das Tecnologias Digitais em Educação Matemática. 1. Ed. Autêntica 2015.

MARCONI, MA; LAKATOS, EM. Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª Ed São Paulo: Atlas, 2003.

SOUSA, R. P. de; MOITA, F. da M. C da S. C; CARVALHO, A. B. G. (Orgs). Tecnologias Digitas na Educação. Campina Grande: EDUEPB, 2011.

KESKI, M, V. Educação e Tecnologias o Novo Ritmo da Informação. Campinas SP: Papirus, 2015.

CERVO, AL BERVIAN, PA. Metodologia científica. Prentice Hall, 2002.

 https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/direito/educacao-tecnologia.htm