Um réu é condenado e outro absolvido em júri de triplo homicídio em Soledade

Na noite desta quinta-feira, 23/03, após dois dias de julgamento e diversos depoimentos no plenário, foi anunciada a sentença dos irmãos Amilton Lima dos Santos e Ilton Lima dos Santos. Ambos eram acusados de cometer um triplo homicídio duplamente qualificado e uma tentativa de homicídio duplamente qualificada em Soledade, no norte do Estado, em dezembro de 2012. As vítimas, Jânio Fernando da Silva Pena, Júlio César Santos e José Carlos da Silva Moraes, foram mortas a tiros durante um baile no salão comunitário do bairro Ipiranga.

Amilton Lima dos Santos foi condenado pelos homicídios de Jânio Fernando da Silva Pena e Júlio César Santos, e absolvido no caso de José Carlos da Silva Moraes. Ele deverá cumprir uma pena de 24 anos de prisão em regime fechado, somente após esgotados todos os recursos, uma vez que estava respondendo ao processo em liberdade e cumprindo medidas cautelares.

Por outro lado, Ilton Lima dos Santos foi absolvido pelos dois crimes iniciais de Jânio Fernando da Silva Pena e Júlio César Santos. No caso da vítima José Carlos da Silva Moraes, a absolvição ocorreu por decisão monocrática do juiz, já que os jurados entenderam que Ilton não agiu com dolo, mas sim com culpa, e eles não têm competência e atribuição para julgar um crime culposo, ficando essa decisão ao juiz de direito.

O Ministério Público afirmou ao final do júri que irá recorrer da decisão da absolvição de Ilton Lima dos Santos.

O Ministério Público afirmava que o crime teria sido motivado por vingança, em função de brigas que os acusados haviam tido anteriormente com duas das vítimas e familiares delas. Os réus, que chegaram ao local do baile em um carro escuro e entraram no salão armados, teriam atirado contra a cabeça e o peito de Jânio e Júlio César, que morreram no local. José Carlos, que tentava ajudar o sobrinho de uma das vítimas, foi alvejado e morreu dois dias depois no hospital.

Os irmãos chegaram a ser presos ainda em 2012, mas tiveram liberdade provisória concedida em 2014. Familiares das vítimas fizeram uma mobilização em frente ao Fórum de Soledade, reivindicando por justiça.

O julgamento aconteceu no Fórum de Soledade e foi conduzido pelo juiz José Pedro Guimarães. A defesa de Amilton foi realizada pela Advogada Salete Canello, e a de Ilton pelo Advogado Manoel Pedro Castanheira.