Artigo: Educação inclusiva nas séries iniciais

* Bianca De Lós Magagnin [1]

RESUMO

O artigo a seguir fala sobre a educação inclusiva nas séries iniciais e as vantagens com sua inserção tanto na sociedade como no âmbito escolar. O objetivo é colocar em prática a inclusão, levantando questionamentos sobre a realidade dos alunos com necessidades educacionais especiais e a importância da formação continuada dos professores para que seu desempenho em sala de aula alcance seus objetivos, proporcionando uma educação de qualidade. Nesse caso, os profissionais da educação estarão preparados para lidar com diversas situações. A falta de informação é um fator que prejudica não somente o contexto escolar, mas também a sociedade, pois a família faz parte da educação de seus filhos e são deles que precisam partir os primeiros passos para a mudança, a inclusão de todos os indivíduos no mesmo espaço. Partindo disto, percebe-se que a mudança é lenta, mas que os primeiros passos já foram dados e que o professor e o aluno estão aprendendo juntos a incluir e ser incluído. A prática docente do professor vai além de sua imaginação, pois ele permite momentos de discussões, pesquisas e estudos proporcionando um ambiente de novas técnicas inclusivas e a aceitação das diferenças.

Palavras chave: Educação Inclusiva. Formação Continuada. Contexto Escolar.

1 INTRODUÇÃO

 A educação inclusiva nas séries iniciais visa proporcionar vantagens educacionais com sua inserção, tanto na sociedade como no ambiente escolar. A escolha deste tema justifica-se pelo paradigma educacional que levanta diversos questionamentos de qual a melhor maneira de incluir alunos, independentemente da sua necessidade educacional, procedendo da seguinte questão, de como fazer as mudanças estruturais, atendimento especializado e preparar a escola para a inclusão de maneira que possa contribuir na produção de conhecimento, garantindo atendimento adequado nas séries iniciais. Promovendo assim um espaço de troca de experiências, saberes e sentimentos, tornando-se uma escola inclusiva.

Na educação inclusiva compreende-se que as escolas necessitam e precisam se adaptar para ocorrer a inclusão. Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo discorrer sobre a maneira com que essas mudanças podem ser feitas, e para isso é necessário apresentar novas técnicas de aprendizagem possibilitando a transformação do sistema de ensino, e métodos diferentes que estimulam a docência e o compromisso com a formação continuada. Dessa forma, a pesquisa visou colaborar no aperfeiçoamento do trabalho pedagógico do professor, refletindo na melhoria de seu plano de aula ou ação pedagógica.

Este estudo tem como metodologia uma pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo, visando alcançar os objetivos propostos. Inicialmente foi feita uma leitura de diversos autores relacionados ao tema abordado e depois uma reflexão sobre alguns assuntos determinados. Na sequência, foram descritas teorias e técnicas inovadoras que abordam as práticas educativas e pedagógicas envolvendo aprendizagem e trabalho coletivo.

Em relação ao professor na sua prática educativa, não basta apenas ter conhecimento das especificidades e características dos problemas relacionados com seus alunos, mas sim se precisa haver um olhar construtivo, inovador que se busca pensar em um novo currículo, planejamento e perspectivas desafiadoras que contraste em sucesso de aprendizagem.

Assim, a educação inclusiva nas séries iniciais não depende somente da escola e professor, mas também que a sociedade esteja disposta a colaborar e colocar-se a disposição com todas as suas ferramentas possíveis para que a escola possa colocar em prática suas técnicas inovadoras. A inclusão depende dessa mudança e da participação ativa dos professores, direções, pais, alunos e comunidade. Outro fator importante para uma educação inclusiva é a formação continuada de professores, onde se busca melhores formas de trabalhar, se comunicar, e se relacionar com os alunos. A partir desses pequenos atos e ações a sociedade e a escola esta disposta a receber e praticar uma educação inclusiva e a inserção desses alunos na comunidade.

Dessa forma, o tema pesquisado faz com que se repense em como fazer as mudanças tanto pedagógico, como estruturais propiciando-se novas maneiras de incluir alunos na escola.

2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA NAS SÉRIES INICIAIS

2.1 AS ESCOLAS NECESSITAM E PRECISAM SE ADAPTAR PARA OCORRER UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A inclusão é um propósito muito abrangente, uma longa jornada que propicia não somente a escola, sociedade, mas também aos professores o direito de construir e ampliar suas habilidades e competências enquanto sujeitos educacionais. Para que aconteça uma prática inclusiva e que a escola se torne um espaço inclusivo é preciso que se adotem novas técnicas de aprendizagem no sistema de ensino. No primeiro momento, é necessário conhecer o aluno, definir suas necessidades, observa-lo em diversos ambientes tanto na escola e quando estiver perto da família, verificar seus aprendizados, seus conhecimentos e a partir disso começar a colocar em prática seu plano de aula em parceria com a escola, pois ela precisa oferecer espaços adequados para que a ação inclusiva aconteça.

A inclusão escolar é a prática da inclusão de todos, independente da sua origem, talento, deficiência ou qualquer outra característica que a define, pois essa educação inclusiva é à base da aceitação e a luta pelo direito de ocupar o seu lugar na escola. Assim a inclusão escolar, constitui-se como Mendes (2006, p.395) citado por Silva (2010) ressalta:

Uma proposta da aplicação pratica ao campo da educação de um movimento mundial, denominado “inclusão social”, que implicaria a construção de um processo bilateral no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria, efetivar a equiparação de oportunidades para todos, construindo uma sociedade democrática na qual todos conquistariam sua cidadania, na qual a diversidade seria respeitada e haveria aceitação e reconhecimento político das diferenças.

Outro fator importantíssimo para uma organização de qualidade de ensino e metas a serem cumpridas dentro de um contexto inclusivo nas séries iniciais é a forma de como o PPP da escola está estruturado, pois o currículo norteia a organização do PPP da escola que deve estar sempre atualizado de acordo com as mudanças da sociedade, da história, fatos, dos acontecimentos e das legislações como aspectos sociais, políticos, culturais e antropológicos.

De acordo com Minetto (2008, p.56):

O projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explicito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico e com os interesses reais e coletivos da população majoritária. […] Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade.

A partir desse momento a escola possui um currículo aberto e flexível de maneira que atenda as necessidades educacionais, mas para que isso aconteça essas adaptações precisam ser compreendidas por uma equipe multiprofissional inclusive a escola para que se decida o que pode e deve ser feito.

O sistema escolar brasileiro precisa investir na formação continuada dos professores para que contemple uma educação com diversidade da condição humana, porque o professor necessita estar bem consigo mesmo para estabelecer uma relação saudável com os alunos. Através disso, é preciso que as entidades educacionais proporcionem momentos dinâmicos e reflexivos com os professores para que eles possam investir em uma nova forma de trabalhar, novos métodos de aprendizagem. Dessa forma, é necessário investir na formação continuada.

Segundo Minetto (2008, p. 61):

O apoio e o incentivo a formação continuada de sua equipe é fundamental, pois será o alicerce na escolha e na efetivação de praticas metodológicas adequadas para atender a diversidade de aprendizagem do alunado. O professor se sentirá mais estimulado a buscar aperfeiçoamento se houver reconhecimento por parte do contexto para isso.

A respeito desse assunto o professor precisa contar com uma rede de apoio que lhe de suporte para a continuidade da caminhada das modificações, porque de nada adianta técnicas inovadoras e materiais de apoio de ultima geração se não houver preparo dos colegas e de todo o contexto escolar. A formação continuada é a busca pelo aperfeiçoamento dos estudos relacionados ao aluno, é tenta-lo compreende-lo da melhor forma possível para que de algum modo faça diferença em sua carreira educacional. Essa formação a principio apresenta ser a melhor forma de preparar os professores para novos desafios da educação. Embora haja pouco consenso sobre esse tema, espera-se que os objetivos propostos pela formação global do professor priorizem e alcancem uma prática educativa de qualidade composto por preparações de técnicas nos conteúdos a serem passados, que permaneça a consciência critica reflexiva sobre os contextos sociais e políticos, mas que acima de tudo o próprio desejo do professor transforme-se.

Apesar de ser uma realidade, a inclusão nas escolas ainda caminha a passos lentos e a formação continuada também devido ao despreparo dos profissionais da educação e da escola em si, como instituição de ensino. No entanto, tal falha em muitos casos é fruto da desvalorização de uma profissão tão nobre como a dos educadores.

Em relação a isso, Budel e Meier (2012, p. 32) afirmam:

[…] compreendemos as dificuldades que os professores passam em função da falta de apoio da sociedade e do Estado. Lutaremos sempre para que sejam valorizados, incentivados, mais bem remunerados e protegidos de tudo aquilo que possa tirar deles a vontade de transformar vidas.

Compactuando com os autores acima, a luta por essa dignidade profissional é de extrema importância para superar as limitações de uma prática repetitiva, assim possibilitando ações inovadoras e inclusivas no ambiente escolar.

A luta pela inclusão escolar é necessária para a busca de novas inserções educativas onde prevaleça à harmonia entre o conjunto educativo escolar. Os benefícios com essas práticas inclusivas é a democratização do acesso ao conhecimento, a compreensão da natureza histórica de nossas diferenças individuais e a inclusão de diversas etnias culturais.

Dessa forma, conclui-se que a formação do professor é um direito, e possibilita o desenvolvimento pessoal e profissional de maneira clara e objetiva havendo aquisições continuadas de saberes que favoreçam as necessidades reais impostas pela educação.

2.2 DOCÊNCIAS E PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS PARA A INCLUSÃO ESCOLAR

Um dos primeiros passos para que a prática docente seja efetivada com sucesso, necessita o amor pela profissão e após uma grande dedicação, esses dois sentimentos aliados proporcionará o planejamento e a execução do seu projeto. O compromisso com a docência parte principalmente de um professor crítico-reflexivo que está disposto à implantação de novidades, na inovação da pratica educativa inclusiva e em momentos de troca de ideias e diálogos com outros professores.

A prática docente do professor vai além da imaginação, pois seu trabalho é capaz de fazer modificações nos espaços da escola proporcionando a participação de todos os alunos em suas atividades propostas. O compromisso com a docência por parte dos educadores é o comprometimento com a transmissão de valores culturais, conhecimentos e desenvolvimento cognitivo e social dos educandos. A partir de tais princípios acredita-se que a prática docente do professor transforma sonhos em realidade, pois ele é o suporte do aluno em sala de aula e que possibilita a acessibilidade de novos saberes e aprendizagem.

Outro recurso importante na ação docente de um professor é que deve ser aplicada uma avaliação de currículo adaptado que de alguma forma influencie nos processos inclusivos. Entretanto, o aluno não basta ser avaliado, há outros elementos a serem considerados, pois todo processo precisa ser ponderado, incluindo os métodos, professores e sua ação.

A inclusão escolar trata de quatro princípios fundamentais para que a escola alcance uma inclusão bem-sucedida: acessibilidade para todos os alunos e aceitação à diversidade, práticas reflexivas, instruções diferenciadas e noções de comunidade e colaboração. Princípios necessários para a criação de ambientes adequados para suprir necessidades variadas dos alunos, mas o mais importante que esses espaços inclusivos, não sejam necessariamente para aquelas pessoas que necessitam de um atendimento especial e sim que possa contribuir para a integração destes alunos diminuindo cada vez mais o nível de diferença entre eles.

A luta pela inclusão, certamente não são poucas, as resistências são barreiras que devem ser removidas para o sucesso da escola inclusiva. O novo certamente assusta e a mudança é um processo lento, mas para refletir sobre as resistências estas devem ser analisadas a partir da argumentação daqueles que resistem.

É importante também para a escola inclusiva que fique bem claro para o professor e principalmente para a família que a intenção de uma proposta educacional inclusiva tem o objetivo de ensinar e socializar os alunos especiais com os demais:

Segundo renomados defensores da proposta os caminhos para escolas inclusivas passam:

-pela valorização profissional dos professores (por meios de ajudas e estímulos);

-pelo aperfeiçoamento das escolas (novas tecnologias);

-pela utilização dos professores das classes especiais como professores de métodos e recursos, atuando como consultores de apoio:

-pelo aperfeiçoamento do pessoal docente;

-pelo trabalho de equipe (pais e alunos, equipe diretiva e professores do ensino regular e especializado, comunidade em geral); (CARVALHO, 2013, p.29).

As escolas inclusivas são escolas para todos, é organizado de maneira que atenda um sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando as particularidades de qualquer aluno.

A inclusão escolar é considerada efetiva na escola quando são oferecidas oportunidades iguais para todos os alunos, como o acesso a currículos desafiadores, atrativos e flexíveis que proporciona chance ao aluno de experimentar novas propostas educativas que são consistentes com suas habilidades e necessidades. Dessa forma, uma escola pode ser considerada inclusiva a partir do momento que ela acolhe, ratifica, aprecia e celebra o valor de todos os alunos retornando assim uma educação de qualidade.

O resultado da escola inclusiva beneficia aos educandos uma qualidade de educação transformadora, pois além de desenvolver atitudes de solidariedade e respeito, os alunos sem nenhuma deficiência se beneficiam igualmente por ter acesso a metodologias de ensino diversificadas e individualizadas como também a dispor de mais recursos. Esses recursos implicam não somente na parte da aprendizagem, mas também consiste na infraestrutura da escola. Essa inclusão reivindica a noção de ocupar, vivenciar e pertencer aquele espaço. Dessa maneira, os espaços físicos da escola se consideram um ambiente socializado e responsável não apenas pela difusão de conhecimentos, mas pela transmissão de cidadania e valores culturais.

A educação inclusiva nas séries iniciais tem mais aceitação a partir do século XX, no período anterior eram segregados e praticamente privados do convívio social. Entretanto, o preconceito ainda persiste e as conquistam ainda são poucas, mas já fazem diferença na sociedade. O movimento pela inclusão potencializa o resgate de todas as crianças excluídas e repousa na ação receptiva e acolhedora a ser desenvolvida pela sociedade, assim garantindo a participação e integração de todos no contexto escolar.

Aliados ao direito de participação e aprendizagem, a diversidade enfatiza para a transformação das escolas. O conceito da inclusão abrange não somente os educandos com deficiência, mas a todos os alunos da escola que de alguma maneira está preparada para acolhê-los e educá-los. Segundo Sánchez (2005, p.13) citado por Fernandes (2013):

Esta forma de atender a inclusão reivindica a noção de pertencer, uma vez que considera a escola com uma comunidade acolhedora em que participam todas as crianças. […] De igual forma, cuida para que ninguém seja excluído por suas necessidades especiais, ou pertencer a grupos étnicos ou linguísticos minoritários, por não ir frequentemente à aula, e, finalmente, ocupa-se dos alunos em qualquer situação de risco.

Nesse sentido, as diferenças, exclusões, restrições faz com que repense em algumas atitudes tomadas, assim possibilitando a valorização e o reconhecimento na construção do direito democrático e o acesso e permanência de todos os alunos com sucesso na escola.

A educação inclusiva compreende em uma educação fundamental para a base de uma sociedade mais competente e justa, onde se preocupa em atender os educandos igualmente, independente de suas individualidades. Nessa perspectiva, Carvalho (2000, p.42) afirma com clareza que a escola é inclusiva quando:

Respeita as peculiaridades e/ ou potencialidades de cada aluno, organiza o trabalho pedagógico centrado na aprendizagem do aluno, onde este é percebido como sujeito do processo e não mais como seu objeto e o professor torna-se mais consciente de seu compromisso político de equalizar oportunidades, na medida em que a igualdade de oportunidades envolve, também, a construção do conhecimento, igualmente fundamental na instrumentalização da cidadania.

Portanto, a escola é o reino das diferenças, somos todos especiais e temos necessidades e diferentes tipos de ajuda, quanto mais inclusiva a escola seja, mais centrada estará nas diferenças e necessidades de cada aluno.

Há muito trabalho pela frente, pois a inclusão na prática exige mudança de modelo mental para que essa ruptura aconteça. Ela implica em mais tempo de planejamento, reuniões e trabalho conjunto dos professores para que em equipe, discuta as estratégias de ensino e avaliem seus diferentes critérios preocupados com o mesmo objetivo, o sucesso da aprendizagem dos estudantes.

O desafio da inclusão escolar é criar contextos educacionais capazes de ensinar todos os alunos, que a integração e a diferenciação reforcem a acomodação dos sistemas educativos, pois são as habilidades e aptidões individuais dos alunos que determina as adaptações necessárias na escola.

Em relação à inclusão escolar dos alunos nas series iniciais, é preciso que a escola pense também na sala de aula, pois é o espaço onde a transformação e a diversidade está de portas abertas para o desenvolvimento de diversas praticas metodológicas inclusivas e educativas.

A sala de aula não é apenas um espaço geográfico, mas sim um ambiente que compõe uma diversidade valiosa em que a aprendizagem e o ensino devem ser privilegiados.

Segundo Coll, Palácios e Marchesi (2004, p. 23) citado por Bergamo (2012) o movimento da sala de aula caracteriza-se pela:

[…] multidimensionalidade, simultaneidade, imediação, imprevisibilidade, publicidade e pela história. Isso significa que muitos fatos ocorrem ao mesmo tempo, rapidamente e de forma imprevisível. As ações do professor e dos alunos são testemunhadas pelos demais colegas e suas consequências são percebidas no decorrer das atividades curriculares.

Esse espaço implica em oferecer uma proposta ao grupo como um tudo, ao mesmo tempo em que atende as necessidades individuais de cada um, em especial àqueles que correm risco de exclusão em relação à aprendizagem e a participação na sala de aula. É o planejamento que possibilita a inclusão dentro desse espaço, o plano de aula sendo flexível desenvolve qualidade de ensino e garante a equidade de oportunidades no processo de ensino aprendizagem.

Com base na sala de aula e um planejamento flexível, tanto os conteúdos ou objetivos podem ser reajustados ou complementados desde que não saia das normas da escola e do PPP escolar.

A complexidade e a dinamicidade dos acontecimentos na sala de aula desafiam e estimulam o preparo profissional do professor, é neste espaço e tempo com seus alunos que se estabelecem mediações entre teoria e prática. É nesse espaço que acontece a concretização do projeto pedagógico inclusivo, onde elabora-se diversos níveis de sistema educacional que pode influenciar na dinâmica da sala de aula e na eficácia do processo de ensino aprendizagem.

Para que na atuação do profissional da educação em sala de aula efetive-se com sucesso, é preciso que a escola disponibilize espaço adequado, materiais apropriados e que ceda espaço para o professor desenvolver seu plano de aula, de forma que a equipe diretiva lhe de oportunidade de ouvir seus projetos e ações que pretende colocar em prática.

Algumas características organizativas podem favorecer o atendimento de todos os alunos: a flexibilidade que possibilita opções diferenciadas na escola, a funcionalidade que tem a responsabilidade de repassar as tarefas para os membros da comunidade educativa, a participação no planejamento educativo que consiste no desenvolvimento das atividades propostas para os profissionais da educação que tem o compromisso de assumir ou dividir decisões ou inovações quanto ao currículo e as estratégias especificas para atender as necessidades educativas e especiais decorrentes do ambiente social. E por último a comunicação objetiva que implica no estabelecimento de canais na escola que promovam a inter-relação com outros profissionais da área da educação.

As políticas inclusivas estão cada vez mais presentes nas nossas discussões sobre a educação, por isso observa-se de forma mais acentuada que as questões locais quando se fala sobre política de inclusão, e percebe-se um olhar para os processos das políticas globais da educação. Segundo Lopes (2013, p.81) define que:

As políticas de inclusão podem ser entendidas como manifestações/materialidades da governamentalidade ou da governamentalização do Estado moderno. O que tais políticas almejam é atingir o máximo de resultados junto à população que se quer governar ou junto à população que está sob o risco (calculado) da exclusão, a partir de um esforço mínimo de poder.

Nesse sentido, entende-se que as políticas de inclusão em geral, como as inclusões escolares, funcionam como estratégias biopolíticas, que busca garantir segurança proporcionando a diminuição do risco social.

Embora, a educação inclusiva ainda seja uma prática que nem todos os profissionais da educação não são de acordo por algum motivo ou objetivo especifico, são elas que reorganizam um ambiente de aprendizagem de acesso a todos os alunos da classe, indiferente de suas necessidades.

Uma escola que adota a metodologia da inclusão para trabalhar com seu grupo de alunos, além de oportunizar novas técnicas de aprendizagem ajuda também no funcionamento do psicológico do estudante, que a partir do momento que a inclusão é inserida dentro do contexto escolar suas atitudes reflete-se em uma postura mais competente e de aceitação das diferenças.

A escola requer uma revisão em relação as práticas educativas inclusivas, para que se supere o trabalho pedagógico tradicional, que atenda não somente as dificuldades enfrentadas em sala de aula com aluno, mas que também possibilite novas estratégias de ensino aprendizagem para aquelas situações não vinculadas a uma causa orgânica especifica.

Sobre essas reflexões percebe-se que à educação inclusiva possui um único objetivo, acrescentar-se pontos positivos em relação a educação que constrói alianças de parcerias com outras equipes educacionais que visa a melhoria da diversidade dentro e fora do espaço escolar.

Enfim, conclui-se que para uma escola inclusiva tenha sucesso no seu funcionamento de suas práticas em relação a uma educação inclusiva nas series inicias necessita de professores qualificados, capazes de planejar e tomar decisões, que consigam refletir sobre a sua maneira de trabalhar e administras suas aulas.

Segundo Bergamo (2012, p.59):

A escola inclusiva necessita de professores qualificados e capazes de planejar e tomar decisões, refletir sobre sua prática e trabalhar em parceria para oferecer respostas adequadas a todos os sujeitos que convivem numa escola. Portanto, não basta a titulação. A formação dos profissionais é essencial para a melhoria do processo de ensino e para o enfrentamento das diferentes situações que a tarefa de ensinar implica.

A escola inclusiva deve também proporcionar formação continuada a todos os profissionais envolvidos no contexto educacional, pois eles precisam de suporte para dar continuidade nas suas práticas pedagógicas que favorece principalmente os alunos, que de alguma forma contribuem para uma sociedade mais acolhedora, com mais solidariedade possibilitando a inserção de todos os indivíduos independentemente de suas particularidades e respeitando a diversidade dentro e fora da escola.

O esforço pela inclusão escolar favorece a diversidade de maneira que os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar. A educação é um direito de todos e orienta-se no pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade, e o respeito é o primeiro passo para uma cidadania inclusiva. A educação inclusiva preocupa-se em educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar, essa opção não significa negar as dificuldades aos alunos, pelo contrário, na inclusão as diferenças não são vistas como problemas, e sim como diversidade.

A inclusão depende da mudança de valores da sociedade e a aceitação de um novo paradigma, resta então à certeza de que o trabalho é longo e as dificuldades são muitas. Só com projetos coletivos podemos construir uma escola realmente inclusiva.

Enfim, a inclusão é um conceito intrigante, que busca eliminar as barreiras da exclusão e diminuir as diferenças entre os seres humanos. Luta pela igualdade e acredita em uma sociedade melhor, voltada para uma educação de qualidade que aposta nas novas técnicas de trabalho e apoia a formação continuada dos professores.

3. METODOLOGIA

Este presente trabalho estruturou-se com base em uma pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo que visou alcançar os objetivos propostos, procurando conhecer a evolução das mudanças educacionais e os fatores que condicionam tais mudanças. Para isso adotou-se estratégias variadas, utilizando diferentes perspectivas que acabam flexibilizando o suficiente para modificar técnicas utilizadas diante de cada situação. Segundo Demo (2013, p.108): “A pesquisa qualitativa abriga diferentes correntes que se apoiam em pressupostos contrários, métodos e técnicas distintas de estudos experimentais”.

O instrumento usado foi à coleta de informações feita através dos livros pesquisados e análises, buscando respostas para cada assunto que pretendeu-se abordar, de forma explicativa, discutindo e fazendo reflexões sobre a importância da inclusão entre professor e aluno, como também a sua inserção na sociedade, além de ser a escola uma das fases mais importantes da vida da criança. Segundo Demo (2013, p. 130) em relação a essa pesquisa:

Na prática, porém, são adotados procedimentos ainda mais sofisticados, porque o manejo inteligente da não linearidade, da complexidade, da emergência, implica cuidados mais complicados e conclusões tanto mais questionáveis. A pesquisa qualitativa caracteriza-se pela abertura das perguntas, rejeitando-se toda resposta fechada, dicotômica, fatal. Mais do que o aprofundamento da análise, a pesquisa qualitativa busca o aprofundamento da familiaridade, convivência, comunicação.

Durante a pesquisa estudamos a prática da inclusão, dando ênfase na formação continuada dos professores para que se sintam preparados para receber esses alunos que necessitam de algum tratamento especial. Para que o professor possa acolher todos os alunos de maneira igualitária, é preciso que a escola se interesse em praticar a inclusão e promova encontros e formações para sua equipe educativa dentro do contexto escolar. Segundo Machado (2009, p.96):

A formação não dará fórmulas para a inclusão e, tampouco, soluções para as dificuldades encontradas em sala de aula. Promoverá uma mudança de olhar os processos de ensinar e de aprender e, para isso, o professor deverá estar aberto para questionar seu modo de ensinar e de encarar a aprendizagem dos alunos.

A partir desse momento foi possível obter sucesso na educação inclusiva, quando todos os profissionais da educação estão envolvidos na mesma causa e querem o mesmo objetivo, a aceitação das diferenças e movimento por uma sociedade e escola mais inclusiva.

Em seguida buscaram-se novas técnicas e adaptações tanto no currículo como no espaço escolar, e também no PPP da escola, para que se reorganizassem novas ideias e propostas de inclusão onde os alunos seriam os beneficiários com a mudança no contexto educativo.

A proposta deste tema foi estabelecer novas alianças com diferentes grupos educacionais para que despertasse o seu lado criativo, inovador e o principal aberto para novas mudanças na educação. Feito isso, os resultados da pesquisa bibliográfica foram apresentados no presente artigo.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar as pesquisas do presente trabalho pode se considerar que a sociedade precisa ser adaptada, não apenas seu espaço físico, e sim empenhar-se na conscientização e na importância da aceitação da família sobre o tema inclusão dentro e fora do âmbito escolar. Com isso percebeu-se que a inclusão deve ser vivida de fato e que todos nós somos responsáveis por torná-la real.

Quando o assunto abordado é educação inclusiva, a primeira questão a ser pensada é a quem atribuir essas tarefas, de como o professor se posicionar para que aconteça o processo de inclusão como também a importância de construir práticas inclusivas que favoreçam o aprendizado dos alunos com ou sem necessidades educacionais especiais. Mas para isso acontecer, vem à tona a formação continuada dos professores, onde esses encontros proporcionaram atualização e aprofundamento das práticas escolares sob a perspectiva inclusiva, além de desencadear outros momentos ricos de troca de experiências e de estudos com outros professores.

A dedicação para trabalhar com esse tema inclusão foi de extrema importância, pois para o trabalho obter sucesso, precisaram de diferentes técnicas de aprendizagem e de entusiasmo dos professores. Pois o ensinar não é apenas transmissão de saberes e sim uma troca de conhecimento, de exercício constante de liberdade, autonomia e amor ao trabalho. Dessa forma o professor permite que o aluno se manifeste conforme suas possibilidades e limitações, consentido simultaneamente ser o sujeito que ensina e o sujeito que aprende.

Todavia, o professor terá um papel fundamental no percurso educativo inicial de cada educando, além de estar desafiado diariamente com as novas expectativas projetadas sobre ele, é através dele que nascem nossos sonhos e inspirações.

A educação inclusiva ainda sofre muitas implicações, a busca por uma sociedade igualitária será constante sempre, pois tem aqueles que resistem à diferença, mas mesmo assim muitas barreiras já foram quebradas.

A família, a sociedade, e as instituições têm buscado juntas soluções e projetos para que todos os portadores de necessidades educacionais especiais possam desenvolver todas as suas potencialidades. A inclusão deve propiciar a constituição de uma sociedade mais igualitária, mais solidária e, por isso comprometida com o propósito mais significativo o de humanizar.

Os trabalhos e pesquisas envolvendo a inclusão resultam avanços rapidamente, devido à demanda de casos frequentes na escola, com isso as práticas inclusivas tornaram importantes na vida de cada cidadão para que todos possam estar da melhor forma incluída. Conforme apontado neste trabalho, concluo que os objetivos propostos foram alcançados de maneira clara e objetiva, proporcionando inovações de práticas inclusivas e aprofundamento no processo de ensino aprendizagem, além da inserção do indivíduo na sociedade.

Por fim, concluiu que a educação inclusiva procura responder as necessidades de aprendizagens de todas as crianças, jovens e adultos, fazendo crescer o direito daqueles que apresentam deficiência no processo educacional e exigindo planejamentos e formações de professores para efetivar a educação inclusiva.

Ainda há muito para fazer, mas o importante é que a bandeira da inclusão já foi levantada e tem consigo a plena certeza de fazer essa luta valer a pena. Concluo que a inclusão é uma corrente onde cada elo representa a união, coragem e determinação para seguirmos firmes e fortes com êxito garantindo a permanência e o acesso de todos na escola independentemente da sua necessidade educacional.                                                                                    

 REFERÊNCIAS

BERGAMO, Regiane Benzzatto. Educação Especial: pesquisa e prática. Curitiba: Inter Saberes, 2012.

BUDEL, Gislaine C.; MEIER, Marcos. Mediação da aprendizagem na educação especial. 1. Ed. Curitiba: Ibpex, 2012.

CARVALHO, Rosita Edler. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. Editora mediação, Porto Alegre, 2013.

______. Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva. Porto Alegre: Mediação, 2000.

DEMO, Pedro. Metodologia da investigação em educação. Curitiba: Inter Saberes, 2013.

FERNANDES, Sueli. Fundamentos para educação especial. Curitiba: Inter Saberes, 2013.

LOPES, Maura Corcini. Inclusão e Educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

MACHADO, Rosângela. Educação Especial na Escola Inclusiva: Políticas, Paradigmas e Práticas. 1. Ed. São Paulo: Cortez, 2009.

MINETTO, Maria de Fátima. Currículo na Educação Inclusiva: Entendendo esse desafio. 2. Ed. ver. Atual. Ampl. Curitiba: Ibpex, 2008.

SILVA, Aline Maira Da. Educação Especial e inclusão escolar: história e fundamentos. Curitiba: Ibpex, 2010.


[1] Acadêmica do curso de licenciatura em pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso.