O Governo do Rio Grande do Sul, com base no modelo de distanciamento controlado desenvolvido no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, manteve a região de Passo Fundo, com a bandeira laranja.
A atualização das bandeiras foi divulgada na tarde deste sábado (16). A região de Passo Fundo abrange 64 municípios entre eles, Soledade, Carazinho e Marau e todos poderão seguir os protocolos adotados nesta semana, no combate à doença.
Entre os dias 18 e 24 de maio, não há regiões na bandeira vermelha. A região de Lajeado, que estava na bandeira vermelha, passou para a laranja, e a região de Uruguaiana, que estava classificada como amarela, passa para a bandeira laranja.
Para consultar o mapa e a bandeira de cada cidade, acesse o site https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br.
No caso de Uruguaiana, que subiu de amarela para laranja, o fator predominante para a alteração foi o acréscimo de quatro casos confirmados pelo teste RT-PCR nos últimos 14 dias. Na semana passada, a soma das últimas duas semanas era de três casos confirmados por RT-PCR, número que aumentou para sete nos últimos 14 dias. Essa velocidade de crescimento justifica a alteração de bandeira na região de Uruguaiana.
Na região de Lajeado, que mudou de vermelha para laranja, a melhora em dois indicadores de velocidade do avanço de coronavírus – número de casos semanais e variação no número de internados por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em UTI – fez com a bandeira passasse de vermelha para laranja. O crescimento de número de casos semanais caiu de 20% para 17%, e a variação no número de internados por SRAG em UTI também reduziu em 7%.
No Rio Grande do Sul como um todo, a segunda rodada do modelo de Distanciamento Controlado observou as seguintes alterações nas duas semanas:
• número de casos confirmados por RT-PCR reduziu 6,08%, de 444 para 417;
• número de internados em UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) reduziu em 1,75%, de 229 para 225;
• número de internados em leitos clínicos por Covid-19 aumentou 22,70%, de 141 para 173;
• número de internados em leitos UTI por Covid-19 aumentou 2,38%, de 126 para 129;
• número de leitos de UTI adulto disponíveis para atender Covid-19 diminuiu 5,48%;
• número de óbitos por Covid-19 diminuiu 6,25%, de 32 para 30.
Baseado na segmentação regional e setorial, o Distanciamento Controlado é o resultado de semanas de trabalho da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) e da Secretaria da Saúde (SES), com base em evidências científicas e análise de dados. O modelo, inovador e inédito no Brasil, prevê quatro níveis de restrições, representados por bandeiras nas cores amarela, laranja, vermelha e preta, que variam conforme a propagação da doença e a capacidade do sistema de saúde em cada uma das 20 regiões pré-determinadas.
Além da divisão em 20 regiões, o modelo reúne as atividades econômicas em 12 grupos, sendo que cada um é dividido em tipos e subtipos. Por exemplo, “Serviços” tem 14 tipos diferentes, entre os quais “artes, cultura, esportes e lazer”, que está subdividido em quatro subtipos: “casas noturnas, bares e pubs”; “eventos, teatros, cinemas”; “academias”; e “clubes sociais e esportivos”. Há regras específicas para mais de cem atividades econômicas.
A primeira análise de dados, que cruza as informações a respeito da propagação do coronavírus (velocidade do avanço, estágio da evolução e incidência de novos casos sobre a população) com a capacidade de atendimento hospitalar (capacidade de atendimento e mudança da capacidade de atendimento), foi divulgada no sábado passado (9/5), com regras válidas até este domingo (17/5). A partir de segunda-feira (18/5) e até o próximo domingo (24/5), passam a valer as bandeiras divulgadas neste sábado (16/5).
Além de evitar a propagação do coronavírus, diminuindo a intensidade da procura por internações hospitalares, o Distanciamento Controlado prevê a mitigação dos efeitos econômicos da pandemia, uma vez que as restrições de circulação impostas à população trouxeram consequências negativas ao comércio.
Como funciona o Distanciamento Controlado
O modelo de distanciamento envolve duas dimensões: regional e setorial. Os dados desses dois segmentos são cruzados para definir o risco epidemiológico e o nível do distanciamento exigido em cada uma das 20 regiões e em cada um dos 12 grupos de atividades econômicas definidos. O monitoramento é diário, mas a atualização da bandeira ocorre semanalmente, aos sábados, valendo para a semana seguinte.
Como o risco é calculado
Cada região é avaliada por meio de 11 indicadores consolidados em dois grandes grupos com pesos iguais na definição final:
• propagação (velocidade do avanço, estágio da evolução e incidência de novos casos sobre a população);
• capacidade de atendimento (capacidade de atendimento e mudança da capacidade de atendimento).
Conforme o grau de risco calculado com pesos diferenciados para cada indicador, as regiões recebem uma cor de bandeira.
De modo simplificado, as cores têm as seguintes indicações:
AMARELA – risco baixo
A região se encontra com alta capacidade do sistema de saúde e baixa propagação da doença.
LARANJA – risco médio
Significa que a região está com um dos dois cenários: média capacidade do sistema de saúde e baixa propagação do vírus ou alta capacidade do sistema de saúde e média propagação do vírus.
VERMELHA – risco alto
A região se encontra em um dos dois cenários: baixa capacidade do sistema de saúde e média propagação do vírus ou média/alta capacidade do sistema de saúde, porém alta propagação do vírus.
PRETA – risco altíssimo
Região se encontra com baixa capacidade do sistema de saúde e alta propagação do vírus.