Dez meses após o coronavírus levar a sua primeira vítima, o Rio Grande do Sul ultrapassou, nesta terça-feira (19), a marca de 10 mil vidas abreviadas pela pandemia, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES). A estatística oficial indicou, às 15h48min, 10.051 vítimas no Estado.
A marca das 10 mil vítimas do coronavírus é ultrapassada no Rio Grande do Sul antes das previsões matemáticas e em meio ao início da vacinação no Estado.
A primeira morte por coronavírus no Rio Grande do Sul ocorreu em 24 de março. De lá para cá, o Estado enfrentou um pico no inverno, uma leve estabilização em outubro, uma piora em novembro e dezembro, e sinais de que janeiro parece chegar a um novo platô em patamares de risco.
Apesar dos avisos, a segunda onda da pandemia no Rio Grande do Sul já registrou mais mortes do que na primeira. Após o Estado bater, no Natal, um recorde de quase 1 mil internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por coronavírus, os números vêm caindo a ponto de chegarem a 856 nesta terça-feira (19).
A ocupação em leitos clínicos, para casos de gravidade moderada e antessala do cenário das UTIs, voltou a subir como consequência do Natal, mas tem aparentado estabilidade – abaixo dos níveis de dezembro, mas acima do inverno. A média móvel de mortes caiu: na semana passada, eram 57 vítimas diárias, ante 72 em 16 de dezembro, o maior nível da pandemia.
No histórico da pandemia, o Estado tem a nona menor taxa de mortos a cada 100 mil habitantes, mas vem perdendo posições – em agosto, quando atingira 5 mil mortos, estava na quarta melhor posição. Na semana passada, o Estado ainda estava em oitavo lugar, mas perdeu o posto para o Pará neste mórbido ranking. Caso tivesse a mesma taxa de óbitos do Brasil, haveria 1,4 mil mortos a mais.
Quando se olha apenas para os últimos sete dias, dados do Palácio Piratini mostram que o Rio Grande do Sul tem a sexta pior taxa de óbitos do país: 4,24 mortos a cada 100 mil habitantes, acima da média nacional de 3,21. O pior cenário da semana é no Amazonas, com 11,82.
Proporcionalmente, o Rio Grande do Sul tem uma taxa de mortalidade semelhante às de Portugal, Chile e Equador – distante de tristes cenários como Itália, Reino Unido e Estados Unidos, mas pior do que Alemanha e Uruguai.
* Da Gaúcha/ZH