Artigo: A importância da Ludicidade na Educação Infantil

* Por Vera Lucia dos Santos

1       INTRODUÇÃO

Num sentido próprio de suma importância é o que traz o presente tema Ludicidade e Infância, buscando a história cultural do início dessa etapa tão importante na infância de um indivíduo, havendo uma estrutura bem desenvolvida, trabalhada e objetiva, concretizando um desenvolvimento na educação inicial para a vida escolar e pessoal de nossas crianças.

No contexto de vários temas relacionados a cultura lúdica, aos jogos, aos brinquedos e as brincadeiras, sendo esses indispensáveis do processo educacional e da formação da personalidade da criança. Buscando compreender a Ludicidade como uma atividade fundamental na vida da criança para o seu desenvolvimento e para sua aprendizagem, trazendo para o meio profissional a essência das atividades lúdicas no auxilio do trabalho prático, pedagógico de professores e métodos educativos que possibilitem as crianças o desenvolvimento intelectual, físico, emocional e psicomotor.

Partindo de uma origem histórica da Ludicidade e suas matrizes sociais e culturais, onde vamos compreender o lúdico como experiencia plural e significativa para o surgimento humano nas suas diferentes simbologias. A importância dos jogos e das brincadeiras para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança. Planejamento das atividades lúdicas, jogos educativos para o trabalho nas escolas, o brincar e o brinquedo, o lúdico como recurso pedagógico no contexto escolar.

Apresentando uma efetiva contextualização do ensino e da aprendizagem por meio de um movimento partilhado que envolve operações do pensamento, da imaginação e da criatividade. Assim havendo uma motivação para o reconhecimento da importância da ludicidade na formação social e cultural da criança.

Objetiva se a abertura de possibilidades que ajudem a transformar brincadeiras em atitudes de predisposição para o ato educativo, refletindo sempre sobre o papel da ludicidade na formação da criança e na organização do cotidiano escolar, analisando aspectos referentes ao jogo, ao brinquedo, á brincadeira e as contribuições dessas atividades para o desenvolvimento e a aprendizagem.

O presente trabalho, originando o tema A Importância da   Ludicidade na Educação Infantil apresenta uma certa prioridade numa posição importante por se tratar de alo relevante e estrutural para o desenvolvimento humano, onde possamos compreender o lúdico como experiencia plural e significativa, havendo uma pratica educativa lúdica tendo seu centro de atenção na formação de um EU saudável em cada ser humano, de tal modo que cada um possa administrar a vida pessoal, coletiva e profissional sendo um ser capaz e realizado.

O método utilizado para a realização do presente artigo foi a pesquisa bibliográfica com estudo e analise de temas e ideias de autores, relevantes a tema proposto A Importância da Ludicidade na Educação Infantil.

O que se sabe, é que, desde os tempos mais remotos, o homem já praticava atividades lúdicas. Isso significa que desde a antiguidade grego romana a ludicidade já se destacava por meio de jogos, chamados pelos gregos de olímpicos.

Inicialmente na história dos jogos, na primeira metade do século V a C., os gregos limitavam-se apenas às corridas. Com o passar do tempo, foram surgindo outras modalidades, como saltos em distância, lançamento de discos e de dados, posteriormente, competições com animais. Já na segunda metade do século o caráter festivo, de lazer dos jogos gregos foi sendo alterado, devido à concorrência existente entre Esparta e Atenas, que resultou em uma terrível guerra civil por isso perdeu-se o caráter lúdico e os jogos passaram a ser valorizados apenas pelo caráter de combate.

O jogo na Grécia antiga antes da guerra, era visto e valorizado como recreação, lazer e relaxamento, atividades que exigem esforço físico e intelectual dos indivíduos.

Foi somente a partir do Renascimento, período da história europeia considerado inovador pelo seu caráter cultural, que as brincadeiras e os jogos passam a ser considerados atividades livres. Considerava-se que os jogos ajudavam a favorecer o desenvolvimento da inteligência, servindo ainda para divulgar princípios de moral, de ética e conteúdos de todas as áreas do conhecimento humano. O jogo, no Renascimento torna se elemento essencial para a aprendizagem dos conteúdos escolares, contrapondo-se aos processos verbais do ensino tradicional. Assim significando um castigo dado, os professores deveriam utilizar a ludicidade para chamar a atenção da criança e, consequentemente, atingir sua aprendizagem.

No Romantismo, o sentido dos jogos e das brincadeiras está lado a um meio de expressão de qualidade espontânea por parte da criança, como recriação, ou mesmo como um momento adequado para que ela se expressasse, por meio da sua natureza psicológica assim determinando suas habilidades. Tal forma de pensamento das atividades lúdicas no trabalho com crianças como seres dotados de valores positivos, de natureza boa, que se expressa espontaneamente.

2       DESENVOLVIMENTO

O primeiro referencial do lúdico vem da palavra latina Ludus, que significa jogo. A definição do jogo não se acaba com a referencia latina, ela se estende com psicomotricidade, passando, a ser reconhecida também como traço do comportamento humano. O lúdico deixa de ser considerado sinônimo de jogo para fazer parte das necessidades básicas da personalidade do corpo e da mente, passando a ser considerada como manifestação da humanidade tornando precisa a origem exata do lúdico na história da humanidade.

O que se sabe, é que desde os tempos mais remotos, os homens já praticavam atividades lúdicas. Isso significa que no tempo da antiguidade grego romana a ludicidade a se destacava por meio de jogos, chamados pelos gregos de olímpicos.

Inicialmente na história dos jogos, na primeira metade do século V a C, os gregos limitavam-se apenas às corridas. Com o passar do tempo, foram surgindo outras modalidades, como saltos em distância, lançamento de discos e de dardos e, posteriormente, competições com animais. Já na segunda metade do século o caráter festivo e de lazer dos jogos gregos foi sendo alterado, devido à concorrência existente entre Esparta e Atenas, que resultou em uma terrível guerra civil por isso perdeu – se o caráter lúdico e os jogos passaram a ser valorizados apenas pelo caráter de combate.

O jogo na Grécia antiga antes da guerra, era visto e valorizado como recreação, e relaxamento, atividades que exigiam esforço físico e intelectual dos indivíduos.

Foi somente a partir do renascimento, período da história europeia considerado inovador pelo seu caráter cultural, que as brincadeiras e os jogos ajudavam a favorecer o desenvolvimento da inteligência, servido ainda para divulgar princípios de moral, ética e conteúdo de todas as áreas do conhecimento humano. O jogo no Renascimento, torna – se elemento essencial para a aprendizagem dos conteúdos escolares, contrapondo se aos processos verbais do ensino tradicional.

Assim significando um castigo dado, a professora deveria utilizar a ludicidade para chamar a atenção da criança e, consequentemente sua aprendizagem.

No Romantismo, o sentido dos jogos e das brincadeiras está ligado a um meio de expressão de qualidade espontânea por parte da criança, como recriação, ou mesmo como um momento adequado para que ela se expressasse, por meio da sua natureza psicológica assim determinando suas habilidades. Tal forma de pensamento das atividades lúdicas no trabalho com criança está relacionado a nova percepção da infância e da criança como um ser dotado de valores positivos, de natureza boa, que se expressa espontaneamente.

Por esses motivos, os jogos e as brincadeiras foram sendo reconhecidos como atividades importantes para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. Esse sentimento de infância reconhece a criança como um ser puro, que se assemelha a alma de um poeta. Portanto, por ser a criança reconhecida como um ser ingênuo, precisa de condutas prazerosas para que exista uma relação de igualdade entre infância e imaginação.

A partir do olhar poético do Romantismo, os jogos e as brincadeiras passaram a ser inseridos nas tendencias infantis, partindo do princípio de que o mundo é composto de poesia e de imaginação.na verdade, o Romantismo, constrói, no pensamento da época, um novo lugar para a criança, para os jogos e para as brincadeiras. Muitos estudiosos como Froebel, dedicado à atividade Lúdica, comparava a criança a pequenas sementes que, adubadas e expostas   a condições favoráveis, desabrochariam e estariam livres para criar e imaginar.

A proposta educacional de Froebel incluía atividades de cooperação, o jogo era entendido como origem da atividade mental. O educador deveria partir da ideia de espontaneidade infantil, recomendando a autoeducação da criança pelo jogo, por suas vantagens intelectuais e morais, além do seu valor no seu desenvolvimento físico.

Também elaborou canções e jogos para educar sensações e emoções, confeccionou brinquedos para a aprendizagem matemática e da geometria e propôs que as atividades educativas incluíssem conversas, poesias e o cultivo do habito para a hora do brinquedo.

Quando falamos do lúdico, se integra também a concepção de ludicidade de Johan Huizinga, historiador holandês, viveu na Europa, no período de 1872 a 1945 e conseguiu lançar, em língua alemã, um estudo sobre o lúdico, intitulado Homo Ludens, o jogo como elemento da cultura, somente publicado no Brasil em 1980.

Para Huizinga (1990), a explicação do lúdico se fundamenta na Etiologia, esse estudo se caracterizou como uma das primeiras tentativas para explicar a matriz da ludicidade a partir de argumentos construídos sobre o papel biológico da brincadeira. Acreditava que a brincadeira resultava da seleção natural do indivíduo, ele afirma que:

O lúdico é comportamento instintivo determinado biologicamente, e comum a todas as espécies, a etiologia do lúdico especialmente nos estudos empíricos, demonstram que não existem desvantagens nos comportamentos dos animais privados da brincadeira, assim como nenhum ganho para aqueles animais para quem a brincadeira tinha sido estimulada.

De acordo com Pinto (2004), as experiencias lúdicas são opções com sentidos e significados atribuídos pelos seus praticantes. Isso significa que a ludicidade é a própria maneira de cada indivíduo sentir, pensar, decidir, agir e conviver, mantendo a coerência com as razões que os motivam.

Essas razões acabam nos revelando as intenções dos sujeitos, assim como os modos e as atitudes que estruturam suas ações. Fica então evidente que o lúdico não é uma atividade previamente acabada, repetida mecanicamente. Ela nasce da curiosidade, da motivação, do interesse e realiza-se segundo as capacidades de recriação dos conteúdos nas situações concretas vividas pelo sujeito.

Assim ao mesmo tempo em que a experiencia lúdica é singular e considera a vivencia de cada um, ela também é plural, visto que pode ser multicultural em termos de conteúdo de ação. Podendo dizer que o lúdico é uma experiencia plural e significativa, isso porque possibilita a constituição de identidades, de memorias e a valorização da cultura. Pois é, uma experiencia fundamental para a auto estima da criança, assim para o reconhecimento de si mesmo e de todos com os quais brinca.

Os jogos e as brincadeiras devem ser compreendidos pelos pais e educadores, como necessidades para a vida, seguindo todas as etapas dos jovens, adultos e crianças, visto que são indicadores decisivos para o desenvolvimento dos processos psicológicos, biológicos e físicos dos indivíduos.

O jogo promove o desenvolvimento cognitivo do indivíduo em muitos aspectos como descobertas, capacidade verbal, habilidades, resolução de problemas e processos mentais. Sendo assim os jogos são de suma importância para a infância da criança para o processo de todo o seu desenvolvimento, não estando relacionado somente ao ato de brincar e sim ao seu aumento integral.

Bonarigo (1981, p. 52) acrescenta que “é na brincadeira que a criança explora e experimenta as relações com o mundo e consigo mesma. ” Nesse sentido, podemos dizer que a ludicidade que paira sobre os jogos e as brincadeiras nas ruas, praças, parques e escolas é vital para a espécie humana, se constitui a base para a exploração de significados e sentidos.

Isso nos leva a crer que, ao brincar a criança mobiliza afeto, motricidade, linguagem, percepção, memoria e outras funções cognitivas que estão profundamente interligadas por meio da mente e do corpo. Para Almeida (1990):

O brincar não é perder tempo, mas concretizar aprendizagens. A criança, por meio das brincadeiras desenvolve a sua imaginação, a sua criatividade e o seu pensamento, aspectos esses responsáveis pela socialização, pela afetividade e pela construção do seu conhecimento.

De acordo com o autor, os jogos favorecem o equilíbrio afetivo da criança e contribuem para o processo de apropriação dos signos sociais, esse equilíbrio ocorre em virtude das características próprias para cada brincadeira ou para cada jogo que, por meio de suas regras, possibilitam a comunicação interpessoal e uma constante negociação de papeis entre os indivíduos.

Ao brincar, a criança passa a compreender as características dos objetos, seu funcionamento e os elementos que estão evolvidos neles, os objetos são usados de maneira simbólica, por intermédio de gestos imitativos reprodutores de posturas, expressões que ocorrem no mundo da criança.

De acordo com Bruner (1996), o ato de brincar permite ao ser humano condições ótimas para explorar e desenvolver habilidades mais complexas, envolvendo funções fundamentais da brincadeira como a redução das consequências relativas aos erros e fracassos, sendo uma atividade que se justifica por si mesma, permissão da exploração, da intervenção e da fantasia, imitação idealizada da vida, transformação do mundo, segundo nossos desejos e diversão.

Bruner (1996) defende que a ideia de que a base para toda e qualquer matriz pedagógica para os jogos e para as brincadeiras reside em uma experimentação pela criança em relação ao meio em que ela está inserida e ao objeto da brincadeira, assim a criança cria necessidades e desejos, exigindo dela mesmas novas descobertas em relação aos novos objetos que vão surgindo.

Essa ação criativa desencadeada na brincadeira por meio do objeto necessita da imaginação que, por sua vez, também depende da rica e variada experiência prévia da criança que de desenvolve especialmente por meio das matrizes pedagógicas da ludicidade escolhida pelo professor.

Dessa forma podemos dizer que, para se trabalhar com jogos e brincadeiras no campo educacional, é necessário fazer com que as crianças sintam desejo pela brincadeira, para desenvolver a aprendizagem através da ludicidade.

Destacando a importância de se manter as matrizes sociais e culturais da ludicidade, não se pode ser compreendida como uma estrutura limitada com regras, inclusive porque as regras da ludicidade são elaboradas pelos próprios indivíduos que compõem a cultura dos jogos, das imitações e ficções. A cultura lúdica evolui de sujeito para sujeito, sob forma de personagens, de jogos, de brincadeiras e do próprio ambiente, diversificando-se segundo a temporalidade de cada época.

Dentro do que se refere as matrizes lúdicas e suas diferentes formas, envolve um contexto cultural vivido pelo professor ao longo de sua vida define quem ele é, como são suas formas de transmitir conhecimento, ainda como são as metodologias desenvolvidas por ele nas escolas para que a aprendizagem de fato aconteça.

Sendo assim o professor precisa considerar os efeitos da globalização das tecnologias no comportamento das crianças, visto que esses elementos estão mudando os espaços educativos e, como consequência dessa modificação, as formas da ludicidade também estão sendo transformadas nas atividades pedagógicas.

Já vem sendo observado que temos em muitas escolas, tecnologias avançadas que simulam jogos e brincadeiras para crianças de qualquer idade, essas mudanças nos remetem a ideia de que as crianças experimentam, todo momento novas brincadeiras, novas sensações, novas descobertas, novos games, entres outros. Essas atividades transmitem imagens e mensagens rápidas e eficazes, sem nenhum esforço da criança.

No entanto, apesar de hoje em dia estarmos diante de grandes e inevitáveis tecnologias, há de se convir que as crianças também sentem necessidades das brincadeiras de roda, de pega pega, de pique esconde, jogos de futebol, da peteca, do teatro, da amarelinha entre tantas outras brincadeiras saudáveis para as crianças.

Essa necessidade é exatamente por falta de um trabalho mais direcionado e consciente por parte de algumas escolas e de seus professores, isso ocorre por falta de informação e as vezes até mesmo por falta de conhecimento, sendo assim o lúdico passa a ser tachado como passa tempo infantil e sem propósitos.

Pensando na necessidade de desenvolver múltiplas habilidades, Gardner (2000) apresentou as diferentes formas de comunicação e aprendizagem por meio da ludicidade, visando a comunicação verbal, oral, escrita, analógica (que usa de recursos expressivos, como tom de voz, deslocamentos no espaço, mimicas, risos, posturas diferentes) ou audiovisuais (radio, DVD, filmes, softwares, internet, etc.…). Implicando assim competências humanas.

Segundo ao autor as competências humanas habitam nos sujeitos e ajuda-os a resolver problemas nas diferentes situações, em especial nas atividades que envolvam a escola e que requerem dos alunos habilidades diversas como, o lógico-matemático, linguística, cenestésica, espacial, musical, naturista, cibernética, intrapessoal e interpessoal, que somente poderão ser mobilizados e bem trabalhados por meio da ludicidade.

Essas habilidades possibilitam um trabalho mais amplo e complexo com as crianças nas escolas, por isso toda experiência lúdica, seja tecnológica ou convencional, requer a promoção de oportunidades diversificadas e combinações de diferentes atividades. Essas oportunidades devem ter a finalidade de educar as crianças para satisfazer fantasias, curiosidades, interesses e necessidades, de acordo com a proposta de atividades sugeridas pelo educador.

Na verdade, o que se deve lembrar como educadores é que toda e qualquer forma de ensino e aprendizagem demanda práticas de intervenção e trabalho com diversas habilidades e diversos recursos lúdicos. Isso significa dizer que não existe uma padronização para as formas de ludicidade, assim como não existe brincadeira certa ou errada.

Pode se dizer que a cada momento, vivenciamos novas modalidades de brincadeiras e jogos, com isso, aprendemos a desenvolver novas habilidades, que acabam produzindo múltiplas visões sobre cultura e tecnologia.

Afinal, os educadores devem entender que o mais importante na corporação das diferentes linguagens e habilidades é tornar o sujeito mais humano a partir da compreensão de que eles possam ter do mundo e do meio que convivem, enquanto membros das suas próprias descobertas e prazeres.

Com o gesto lúdico, a criança constrói um mundo da imaginação a partir do mundo real, esse mundo, nada mais é que a aprendizagem do modo de ser humano em um essencial estagio de sua existência, momento infância.

Isso significa que não é pelo fato de se lidar com atividades lúdicas que o professor deve prescindir de seu planejamento pedagógico, em razão da própria complexidade em se utilizar metodologicamente, brinquedos e brincadeiras na formação infantil, maior deve ser a preocupação do docente em selecionar procedimentos didático pedagógico que de fato favorece o crescimento, o desenvolvimento e a aprendizagem.

Vygodtky, prioriza o papel do brinquedo no desenvolvimento, ele afirma que o brinquedo não é um aspecto predominante na infância, mas essencial para o desenvolvimento da criança, ressalta que durante o ato de brincar, há mudanças significativas das situações imaginarias para a predominância das regras, associado a essa significância, as transformações internas que ocorrem com a criança.

A brincadeira é propulsora ao criar zonas de desenvolvimento proximal entre o imaginário e a liberdade, a iniciativa, o desejo de se expressar, assim tendo o seu desenvolvimento potencial, o brinquedo está acima do nível da criança, portanto ela proteja aquilo que necessita ser aprendido, separando objetos e significados, internalizando o conhecimento necessário.

Vygostky (1992, p. 118) ressalta ainda que uma criança muito pequena:

Brincar sem separar a situação imaginaria da situação real. Para uma criança em idade escolar, o brinquedo torna se uma forma de atividade mais limitada, predominantemente, que preenche um papel especifico em seu desenvolvimento, e que não tem o mesmo significado do brinquedo para uma criança em idade pré-escolar. Na idade escolar, o brinquedo não desaparece, mas permeia a atitude em relação á realidade. Ele tem sua própria continuação interior na instrução escolar e no trabalho (regras). A essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais.

No entanto o planejamento das atividades lúdicas é a primeira providencia que o docente deve tomar, se preocupando mediante estudos e pesquisas, sobre o que é o brinquedo, a brincadeira e o jogo, vendo sua história, as teorias que se ocupam dessas temáticas, as potencialidades metodológicas que eles apresentam e suas novas facetas na atualidade.

Outra importante preocupação é sensibilizar os familiares para a importância das atividades lúdicas no crescimento, desenvolvimento e aprendizagem das crianças, assim internalizando o conceito e a compreensão da importância das atividades lúdicas, minando a resistência dos pais, e muitas vezes dos próprios gestores das instituições, com argumentos bem fundamentados, cuja construção depende de uma boa formação inicial e continuada, além de um constante auto formação.

Não sendo possível falar em planejamento e seleção de atividades lúdicas sem falar em currículo, de acordo com Pereira (2005, p. 96) ensina que:

Currículo na educação infantil significa a reunião de suas situações fundamentais para educação, atividades e vivencias que norteiam uma aprendizagem necessária e precisa em favor ao educando.

Consistir em qual for a metodologia a ser desenvolvida na educação de crianças, há alguns aspectos que devem compor necessariamente a base curricular desse trabalho pedagógico com nossos infantes, abrangendo assim a saúde, a vida social, o prazer da música, o convívio com a natureza e o mundo variado das coisas, a observação, o comentário espontâneo da experiência, a fantasia no reino encantado das histórias, a formação de hábitos indispensáveis a vida.

O professor da educação infantil se transforma em um mediador proporcionando vivencias, ou seja, aquele profissional da infância que utilizara de um fato manancial de brinquedos, brincadeiras e jogos na elaboração de suas atividades de modo a atender a abrangência e as especialidades do referido currículo.

O currículo por ser a base para qualquer planejamento didático, é a partir dele que a docente estrutura e organiza seu trabalho pedagógico, no entanto a elaboração de um currículo não pode ser constituída de abstrações, mas sim de informações e de dados concretos acerca dos educandos com quem se vai lidar.

Com a especialidades do trabalho pedagógico com crianças, a importância de tais informações e dados ganha um valor redobrado, pois é a partir deles que o docente conseguirá planejar e selecionar atividades que venham ao encontro das necessidades de cada infante, de modo a realizar o processo de ensino aprendizagem com qualidades.

Dessa forma, o professor de Educação Infantil, sem desprezar a sua capacidade de improvisação quando ela se fizer necessária, deve dispor de uma série de informação e dados que, nos termos de Pereira (2005), podem ser apresentados da seguinte maneira: dados da faixa etária de cada agrupamento de crianças; objetivos específicos e operativos de cada área do conhecimento; planificação ou em relação a um conteúdo especifico; detalhes das atividades que integrarão cada área planejada, o que fornecerá a estruturação da programação curricular futura.

Sendo assim, as atividades lúdicas a serem selecionadas devem obviamente, ter como direção os objetivos estabelecidos pelo planejamento que teve o currículo como referência, tendo como base, as atividades pautadas nos seguintes pressupostos (PEREIRA, 2005):

  • Possibilitar que a criança se identifique com as vivencias e experiências:
  • Proporcionar que a criança inteire se do meio em que vive;
  • Assegurar que a criança aja conforme suas características individuais, necessidades e possibilidades.

Além desses pressupostos, as atividades elaboradas para a educação Infantil precisam afirmar, em termos práticos, a organização de critérios fundamentais.

Dentre as várias atividades criativas que podem ser desenvolvidas junto as crianças, o jogo destaca se como a mais importante, a razão da relevância do jogo como atividade na Educação Infantil é o que o seu exercício permite ao infante adaptar se ao seu meio social, conforme ele estrutura a realidade e desenvolve a sua função simbólica.

Dessa forma a criança reproduz os gestos que observa e aprende mediante a utilização de recursos simbólicos que compõem os chamados jogos de fantasia (PEREIRA, 2005).

Já os chamados jogos de construção, conforme explica Pereira (2005, p. 100), “proporcionam a criança situações que devem resolver, tais como problemas de equilíbrio, ordenação e resistência.

Outro tipo de atividade é a chamada experiência direta, atividade essa precisa ser planejada de forma criteriosa por parte do docente, por meio da experiência direta, a criança busca estabelecer relações imediatas com pessoas e situações em busca de resolver algum tipo de problema que lhe é proposto.

Por exemplo, representar de alguma maneira a profissão dos pais, na tentativa de solucionar o desafio que foi lançado, a criança experimenta recursos e procura materiais adequados, dessa forma, ela aprende a se   relacionar, comunicar- se, a dividir materiais e atividades.

Também há experiências em grupo, onde a criança tem a oportunidade de interagir com os colegas e com o ambiente, esse tipo de atividade proporciona que todo o agrupamento de crianças vivencie uma determinada situação coletiva proposta pelo professor.

A ideia é de que a partir da utilização de algum recurso lúdico, por exemplo, um filme, uma peça teatral ou a narração de uma história, as crianças sejam convidadas a contar ou narrar o que vivenciaram, a imitar algum personagem que lhes chamou a atenção, ou mesmo a recontar a história ouvida, utilizando outros recursos, como pintura, desenho, colagem, etc.

As chamadas atividades livres e rodinhas possuem especialmente que em muito enriquecem o desenvolvimento das crianças, já que, segundo compreende Pereira (2005, p. 102).

[…] agregam-se os mais diversos procedimentos, onde as crianças brincam, jogam, atuam e descobrem coisas de forma individual ou grupal, na razão direta em que elas mesmas vão selecionar o que fazer.

Todas as atividades e as formas de planejamento mencionados permitem a estimulação e o desenvolvimento não só da expressividade e da comunicabilidade da criança, como também a aquisição de novos conhecimentos, habilidades e atitudes.

O lúdico como recurso pedagógico no contexto escolar, inclui- se o jogo e a necessidade do lazer e também servir à construção do conhecimento, é na escola que existe o professor, que conduz intencionalmente as relações de ensino, de acordo com os objetivos e com as concepções didáticos –pedagógicas.

Essas concepções e objetivos constituem a triagem da seleção de atividades lúdicas das crianças, restringindo-as a exercícios repetidos de discriminação viso-motora e auditiva, por meio do uso de brinquedo, músicas e jogos.

Essas atitudes tornam a ludicidade na escola apenas um exercício da transmissão de determinada visão de mundo, definida como prioridade pela própria escola, Marcellino (1996, p. 30) assevera que:

É fundamental que se assegure à criança, o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base solida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção… “como se fora brincadeira de roda…”

O que o autor quer dizer é que a brincadeira, na escola, revela se muito complexa e múltipla do que na rua ou na comunidade, pois deve levar em conta o brincar e o aprender, o brincar é sem dúvida, uma forma de aprender, que vai além desse aprender tradicional, pois é muito mais que isso a criança aprende através do real e do imaginário, desenvolvendo suas emoções, seus medos, praticando a interação social, o desejo e a ação voluntaria dos indivíduos.

Por isso é preciso que os professores saibam que a aprendizagem ocorre de diversas formas, a sistematização dos conteúdos para que as brincadeiras aconteçam como processo para a inclusão de ação e reflexão.

3       CONCLUSÃO

Portanto, em vista dos argumentos apresentados e analisados para a realização do seguinte artigo com o presente tema, A importância da Ludicidade na Educação Infantil, como algo de suma importância tanto para os profissionais educadores, pais, instituições e sociedade, em destaque aos seres que fazem parte de um mundo imaginário e que são sinônimos de aprendizagem, criatividade e descobertas para um desenvolvimento e criação de habilidades intelectuais, físicas, emocionais e psicomotoras que priorizam uma metodologia globalizada através de jogos, brinquedos e das brincadeiras, favorecendo um ensino e uma aprendizagem mais lúdica dando a possibilidade de compreender a ludicidade como experiência plural e significativa na pratica educativa tendo seu centro de atenção na formação de cada indivíduo.

De modo que cada um possa administrar a vida pessoal e profissional, sendo um ser capaz e realizado, através do convívio social que a escola proporciona aos alunos, trazendo para o meio profissional a essência das atividades lúdicas no auxílio do trabalho prático, pedagógico de professores e métodos educativos que realize a pratica do que se resume ser A importância da Ludicidade na Educação Infantil.

4       REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: Técnicas e jogos pedagógicos. 5° ed. São Paulo: Loyola, 1990.

BONARIGO, C.M. de R.  Brincar: brincadeira ou coisa séria. Porto Alegre; Educação e Realidade. 1981.

BRUNER, J. Juego, pensamentos y linguaje. Paris: Perspectiva, 1986.

GARDNER, Howard. Inteligência múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Medicas, 2000.

HUIZINGA, Johan. Homo Ludensi: o jogo como elemento da cultura. 2°Ed, São Paulo: Perspectiva, 1990.

MARCELLINO, Nelson Carvalho. Estudo do Lazer: Campinas: Autores Associados. 1996.

PEREIRA, Mary Sue. A descoberta da criança: Introdução à Educação Infantil. Rio de Janeiro. Wak. 2005.

PINTO, L.M.S de M. Educação Física: dos jogos e do prazer. Presença Pedagógica. Belo Horizonte, V-1, n.4, p. 42, jul. agos. 2004.

VYGOTSKY. Aprendizagem e Desenvolvimento. Um processo sócio histórico. São Paulo: Scipcione, 1992.