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Artigo – O Uso de Telas na Infância: Benefícios e Riscos

* Por Veridiana Brum das Neves

Introdução

A presença da tecnologia no cotidiano tem transformado significativamente a forma como as crianças aprendem e se relacionam com o mundo. Desde muito cedo, os pequenos têm acesso a dispositivos como tablets, smartphones e televisores, o que pode favorecer o aprendizado por meio de conteúdos interativos e lúdicos. No entanto, o uso indiscriminado e sem orientação adequada pode acarretar riscos ao desenvolvimento físico, cognitivo e socioemocional. Conforme destacado por Silva (2021, p. 45), é fundamental compreender tanto os benefícios quanto as limitações dessa realidade para que pais e educadores possam promover um uso equilibrado das telas.

Desenvolvimento

Benefícios do Uso Consciente das Telas

Quando utilizado de forma moderada e orientada, o uso de dispositivos digitais pode trazer diversos aspectos positivos para a infância, tais como:

• Acesso a Conteúdos Educativos: Plataformas e aplicativos educativos podem ampliar o conhecimento e estimular a curiosidade dos pequenos. Estudos apontam que a utilização de jogos interativos pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades matemáticas e linguísticas (Silva, 2021, p. 50).

• Desenvolvimento Cognitivo: Atividades digitais que envolvem resolução de problemas e jogos de lógica podem fortalecer a capacidade de raciocínio e a memória.

• Estímulo à Criatividade e à Inovação: Ferramentas digitais de desenho, música e programação possibilitam que as crianças explorem novas formas de expressão e criatividade.

• Facilitação da Comunicação: Em contextos de isolamento social ou distância geográfica, as tecnologias podem ajudar a manter o contato com familiares e amigos, ampliando o senso de pertencimento e conexão.

Riscos e Desafios do Uso Excessivo

Por outro lado, o uso prolongado e sem supervisão das telas pode desencadear problemas em diferentes áreas do desenvolvimento infantil:

• Impactos na Saúde Física: O tempo excessivo em frente a dispositivos pode contribuir para o sedentarismo, problemas posturais e fadiga ocular. A falta de atividades físicas também aumenta o risco de obesidade na infância (Silva, 2021, p. 55).

• Comprometimento do Desenvolvimento Social e Emocional: Crianças que passam muitas horas em ambientes digitais podem ter dificuldades na interação face a face, prejudicando o desenvolvimento de habilidades socioemocionais essenciais.

• Riscos Relacionados ao Conteúdo: Sem uma orientação adequada, há o risco de exposição a conteúdos inadequados ou potencialmente prejudiciais, o que pode interferir na formação dos valores e na segurança emocional dos pequenos.

• Dependência Digital: A facilidade de acesso e a natureza interativa dos dispositivos podem levar ao uso compulsivo, prejudicando a capacidade de concentração e de engajamento em atividades off-line, como brincadeiras ao ar livre e leitura.

Buscando o Equilíbrio

Para maximizar os benefícios e minimizar os riscos, é essencial que pais e educadores adotem estratégias que promovam um uso saudável das telas:

• Estabelecimento de Limites: Definir horários e tempos máximos de uso, de acordo com a idade e as necessidades da criança, seguindo recomendações de especialistas em desenvolvimento infantil.

• Seleção de Conteúdos de Qualidade: Priorizar aplicativos, jogos e programas que estimulem o aprendizado, a criatividade e o pensamento crítico.

• Promoção de Atividades Diversificadas: Incentivar atividades off-line, como brincadeiras ao ar livre, esportes e leitura, para garantir um desenvolvimento integral.

• Supervisão e Diálogo Constante: Acompanhar o uso das tecnologias, dialogar sobre os conteúdos acessados e orientar sobre os riscos e as boas práticas no ambiente digital (Silva, 2021, p. 60).

Conclusão

O uso de telas na infância apresenta tanto oportunidades quanto desafios para o desenvolvimento das crianças. Enquanto o acesso a conteúdos educativos e interativos pode favorecer o aprendizado e estimular a criatividade, o uso excessivo ou inadequado pode comprometer a saúde física e emocional, além de prejudicar as interações sociais. Assim, cabe aos pais e educadores a responsabilidade de estabelecer um equilíbrio saudável, orientando e acompanhando o acesso dos pequenos à tecnologia. Adotar práticas conscientes e limitadas é essencial para que as crianças possam aproveitar os benefícios da era digital sem expor-se aos riscos decorrentes do uso descontrolado das telas.

Referência

SILVA, M. Tecnologia e Educação na Infância. São Paulo: Editora Educativa, 2021, p. 45, 50, 55, 60.