Estiagem piora a cada dia e tendência é se agravar ainda mais no RS

Divulgação.
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Cresce a cada dia o número de municípios em situação de emergência pela estiagem no Rio Grande do Sul. A semana começou com 32 municípios tendo decretado emergência e hoje, quatro dias depois, o número atingia 44 pelo balanço da Defesa Civil Estadual. Uma semana atrás, o número estava em 12.

As prefeituras de Cerro Grande, Júlio de Castilhos, Manoel Viana, Pinhal, São Gabriel e São Pedro das Missões tiveram situação reconhecida pelo governo estadual. Já Tupanciretã, na região Central, teve decreto homologado pelo governo gaúcho e reconhecido pela União, o que habilita a prefeitura a receber auxílios e realizar compras de forma simplificada. O município de Tupanciretã encaminhou o primeiro decreto da atual temporada de estiagem, em 1º de dezembro.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o cenário de 2023 em relação ao número de municípios afetados pela falta de chuvas é menor. No início de janeiro de 2022, havia 175 cidades em situação de emergência. No entanto, 197 municípios tinham relatado algum tipo de prejuízo, principalmente nas quebras das safras de soja e milho, e falta de água potável.

A falta de água já afeta e preocupa autoridades de três municípios do Oeste, por exemplo. Em Itaqui, produtores rurais pediram ao Executivo que faça a limpeza dos açudes e passe a fornecer água a localidades com dificuldade no abastecimento aos moradores.

Em Alegrete, a situação já atinge parte da população. Ao menos seis comunidades já recebem água de caminhões-pipa do município. Já em Uruguaiana, a Defesa Civil fornecendo água às primeiras famílias de três localidades da zona rural com apoio de uma concessionária.

A MetSul Meteorologia projeta o agravamento da estiagem no curto prazo. A tendência é de chuva muito escassa no Rio Grande do Sul até o final da próxima semana. Para agravar ainda mais o quadro, a tendência é de muitos dias seguidos de baixa umidade e com forte calor.

Há projeção de chuva para sete dias do modelo meteorológico alemão Icon. Em muitas cidades gaúchas não choverá uma gota nos próximos sete dias e nos locais em que chover, que serão poucos, a maioria deve ter baixos volumes e por pancadas isoladas. Somente setores muitíssimos isolados terão volumes maiores por pancadas fortes associadas ao calor. A temperatura ontem atingiu ontem 37,0ºC em São Borja, 36,7ºC em Uruguaiana, 36,4ºC em Quaraí e 36,1ºC em Santiago. Uruguaiana teve 14% de umidade. A MetSul alerta que o calorão aumenta e segue na Metade Oeste nos próximos dias, o que com o tempo muito seco fará com que a região tenha o maior agravamento da estiagem entre todas no Rio Grande do Sul.

SOLEDADE E REGIÃO

Quanto ao município de Soledade e região, a situação é de perdas pontuais de milho e pastagens, mas a soja ainda está muito cedo para calcular algum prejuízo. A torcida dos produtores rurais é de que chova bem nos próximos dias, para que assim haja uma normalização  nas lavouras, contudo, como já referido anteriormente, não há previsão de chuva.

De acordo com o engenheiro agrônomo do Escritório Municipal da Emater em Soledade, Roger Terra de Moraes, o momento ainda não é de preocupação quanto às lavouras de soja na região de abrangência do município. “Quanto a soja, não podemos fazer alarde, entretanto, os açudes estão baixos mesmo, pois desde julho não tem um mês que tenha chovido bem pra recuperar as águas”.

Informações são da Metsul Meteorologia e ClicSoledade.